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São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

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BASQUETE

Até Helinho processa time que é treinado por seu pai, Hélio Rubens

Por salários, selecionáveis vão à Justiça contra Vasco

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Seis jogadores que já fizeram parte da seleção brasileira masculina entraram na Justiça contra o Vasco para receber os salários atrasados ainda da época em que atuavam no time de São Januário.
Demétrius e Aylton, hoje no Universo-Minas, Rogério e Sandro Varejão, atualmente no Universo-Ajax (GO), e Helinho e Chuí, do Franca, reivindicam o pagamento de dívidas antigas.
"O Vasco me deve 16 meses de salário. Esse valor foi se acumulando aos poucos. Às vezes, eles ficavam seis meses sem pagar. Depois, acertavam alguns atrasados", conta o ala Rogério, 31.
"O clube me deve seis meses de pagamento. Felizmente vim para o Minas. Aqui não há atraso", afirma o ala-pivô Aylton, 27.
O armador Helinho, filho de Hélio Rubens, atual técnico vascaíno, entrou na ação contra o clube dirigido pelo pai por causa de 13 salários que não recebeu.
"Não tive problemas quanto a isso. Foi uma coisa bem pessoal. Eu fui antes dele [Hélio Rubens] para o Vasco e assinei o contrato com o clube", afirma Helinho, 27.
"Mas não tenho mágoa de lá. Ainda tenho muitos amigos no Vasco", completa o jogador.
O valor a receber varia em cada caso. Segundo a Folha apurou, há desde cinco meses até quase um ano e meio de salários atrasados, como é o caso de Rogério.
"Tentei entrar em acordo com o clube de todas as maneiras. Conversei com o Fernando [Lima, diretor de esportes de quadra e salão do Vasco] e dei um tempo. Mas não recebi", diz o armador Demétrius, 29, que saiu do Vasco ainda em agosto de 2001.
Os atrasos de salário prejudicaram as finanças até de veteranos, que têm diversos investimentos e propriedades, como foi o caso de Rogério. "Não dava para planejar minhas finanças. Tive que vender um apartamento e um terreno que eu tinha no Sul para me manter", relata o ala, que é gaúcho.
A revolta dos jogadores aumentou depois que o clube carioca recebeu US$ 750 mil pela liberação do ala-pivô Nenê, 20, para jogar na NBA pelo Denver Nuggets.
"Inicialmente, aceitamos as dificuldades do clube, que estava com problemas com a Globo e sofreu com o fim da parceria com o Bank of America", diz Demétrius.
"Mas, depois, soubemos que o dinheiro pela liberação do Nenê acabou indo para o futebol", completa o armador, lembrando ainda que o time do Rio terá uma equipe de ponta para jogar o Nacional, que começa no domingo.
Apesar da expectativa de receber o dinheiro do clube carioca, os atletas afirmam que estão conscientes da demora da Justiça no Brasil. "Isso vai ficar como uma poupança para o futuro. Nosso advogado disse que o processo deve demorar até cinco anos", diz o armador do Universo-Minas.
Procurados pela Folha, Luiz Ferreira, diretor de basquete do clube, e Fernando Lima não ligaram de volta para falar do caso.


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