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BASQUETE
Até Helinho processa time que é treinado por seu pai, Hélio Rubens
Por salários, selecionáveis vão à Justiça contra Vasco
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Seis jogadores que já fizeram
parte da seleção brasileira masculina entraram na Justiça contra o
Vasco para receber os salários
atrasados ainda da época em que
atuavam no time de São Januário.
Demétrius e Aylton, hoje no
Universo-Minas, Rogério e Sandro Varejão, atualmente no Universo-Ajax (GO), e Helinho e
Chuí, do Franca, reivindicam o
pagamento de dívidas antigas.
"O Vasco me deve 16 meses de
salário. Esse valor foi se acumulando aos poucos. Às vezes, eles
ficavam seis meses sem pagar.
Depois, acertavam alguns atrasados", conta o ala Rogério, 31.
"O clube me deve seis meses de
pagamento. Felizmente vim para
o Minas. Aqui não há atraso",
afirma o ala-pivô Aylton, 27.
O armador Helinho, filho de
Hélio Rubens, atual técnico vascaíno, entrou na ação contra o
clube dirigido pelo pai por causa
de 13 salários que não recebeu.
"Não tive problemas quanto a
isso. Foi uma coisa bem pessoal.
Eu fui antes dele [Hélio Rubens]
para o Vasco e assinei o contrato
com o clube", afirma Helinho, 27.
"Mas não tenho mágoa de lá.
Ainda tenho muitos amigos no
Vasco", completa o jogador.
O valor a receber varia em cada
caso. Segundo a Folha apurou, há
desde cinco meses até quase um
ano e meio de salários atrasados,
como é o caso de Rogério.
"Tentei entrar em acordo com o
clube de todas as maneiras. Conversei com o Fernando [Lima, diretor de esportes de quadra e salão do Vasco] e dei um tempo.
Mas não recebi", diz o armador
Demétrius, 29, que saiu do Vasco
ainda em agosto de 2001.
Os atrasos de salário prejudicaram as finanças até de veteranos,
que têm diversos investimentos e
propriedades, como foi o caso de
Rogério. "Não dava para planejar
minhas finanças. Tive que vender
um apartamento e um terreno
que eu tinha no Sul para me manter", relata o ala, que é gaúcho.
A revolta dos jogadores aumentou depois que o clube carioca recebeu US$ 750 mil pela liberação
do ala-pivô Nenê, 20, para jogar
na NBA pelo Denver Nuggets.
"Inicialmente, aceitamos as dificuldades do clube, que estava
com problemas com a Globo e sofreu com o fim da parceria com o
Bank of America", diz Demétrius.
"Mas, depois, soubemos que o
dinheiro pela liberação do Nenê
acabou indo para o futebol",
completa o armador, lembrando
ainda que o time do Rio terá uma
equipe de ponta para jogar o Nacional, que começa no domingo.
Apesar da expectativa de receber o dinheiro do clube carioca, os
atletas afirmam que estão conscientes da demora da Justiça no
Brasil. "Isso vai ficar como uma
poupança para o futuro. Nosso
advogado disse que o processo
deve demorar até cinco anos", diz
o armador do Universo-Minas.
Procurados pela Folha, Luiz
Ferreira, diretor de basquete do
clube, e Fernando Lima não ligaram de volta para falar do caso.
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