São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 2011 |
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Esporte sofre com corrupção e pouca verba DO ENVIADO A PORTO PRÍNCIPE O esporte olímpico haitiano afirma precisar do equivalente ao que duas das principais modalidades do Brasil ganham com repasses do governo por ano. A projeção é baseada no que diz o secretário-geral do Comitê Olímpico do Haiti, Alain Jean-Pierre. "Creio que US$ 3 milhões [R$ 5 milhões] por ano para os próximos dez anos são necessários para desenvolver o esporte no país", diz. O pedido é menor do que o valor que atletismo e judô, somados, recebem de repasse da Lei Piva no Brasil. Principais modalidades no Haiti, abaixo do futebol, cada uma recebe do governo brasileiro, por meio da Lei Piva, R$ 3 milhões. Além da falta de verba, o esporte sofre com mortes -cerca de 30, entre técnicos e atletas, no terremoto- e acusações de corrupção. "O maior problema do Haiti é a corrupção generalizada. O país não muda porque a comunidade internacional tem medo de dar qualquer fundo ao governo", afirma o judoca Joel Brutus, medalhista nos Pans de 2003 e 2007. "Por isso, ela deveria construir e gerir centros esportivos no país para ajudar o esporte haitiano", diz. Confrontado, o secretário-geral do comitê haitiano responde com ironia. "Realmente, dou risada quando ouço isso. Da maneira como estão falando parece que o único lugar corrupto que existe é o Haiti. Na França, no Brasil, nos EUA, onde há mais dinheiro é onde há corrupção." Questionado sobre o comitê olímpico, o presidente da Federação Haitiana de Futebol, Yves Jean-Bart, apenas sorriu e afirmou: "São muito pequenos". Outros envolvidos com o esporte haitiano, porém, dizem que a corrupção é latente. Citam, por exemplo, o cartola que teria sugerido, recentemente, o pagamento de propina a funcionários do porto da capital para a liberação de uniformes. Alie-se a isso a falta de estrutura do país e vem a conclusão de Joel Brutus, que desde 2007 mora nos EUA. "É praticamente impossível ser atleta no Haiti. Dificilmente podem comer, treinar. Conhecendo a situação em que vivem, tiro o chapéu para eles. É preciso muita coragem para ainda estar vivo lá." (MM) Texto Anterior: Messi e Kaká viram pinturas pela cidade Próximo Texto: Clube do bolinha Índice | Comunicar Erros |
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