São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 2011 |
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TOSTÃO Sucesso e fracasso
VIVEMOS EM UM mundo competitivo, habitado por pessoas orgulhosas e vaidosas, que quase só pensam em resultados e que gostam mais de serem aplaudidas que amadas. Os apaixonados por resultados adoram estabelecer um perfil dos vencedores, que sirva para todas as atividades. A única coisa em comum é a vontade, uma mistura de algo indefinido com ambição. Mas cada um faz do seu jeito. No futebol, há muitas maneiras de vencer e de perder. Por haver tantos fatores técnicos envolvidos nos resultados das partidas, além do imponderável, nem sempre os melhores são os vencedores. Com frequência, um técnico erra, e o time acerta. Ou o contrário. Quando dá certo, o técnico é excepcional. Quando dá errado, é péssimo. Isso não significa que os técnicos não sejam importantes. Vi vários mudarem a história de um jogo, para melhor ou para pior. É preciso ter competência para escolher, treinar, comandar, escalar, substituir, além de conviver com as críticas e os elogios, com o fracasso e o sucesso. Há, no entanto, uma supervalorização dos técnicos. É mais fácil escolher um herói ou um vilão. A partir da conduta dos treinadores, comentaristas analisam tudo o que acontece em um jogo. É uma maneira de valorizar seus conhecimentos, como se falasse: "Eu entendo o que o técnico fez". Até dirigentes são avaliados pelos resultados dos times, como se isso dependesse sempre da administração do clube. Quando o time ganha, o planejamento e as contratações dos dirigentes foram perfeitas. Uma das coisas mais mentirosas do futebol é o planejamento. Explica todas as vitórias e derrotas. Não sei se Belluzzo foi tão ruim, como a maioria diz. Ele reconheceu vários erros. De qualquer maneira, dizer que ele foi péssimo presidente do Palmeiras porque não conquistou títulos é uma grosseira simplificação. Um dos erros de Belluzzo foi acreditar que técnicos caríssimos, como Luxemburgo, Muricy e Felipão, têm o poder de, sozinhos, conquistar títulos, e que Valdivia é um craque. Endividou mais ainda o clube. Todos nós já fracassamos em vários momentos. Costumamos lembrar os sucessos e esquecer os fracassos. Há ainda os que não suportam o sucesso, que carregam um sentimento de culpa, real ou imaginário, como se não fossem merecedores. Existem também os que, por soberba ou simplicidade, ignoram e desprezam o sucesso, como se estivessem acima das vaidades. São as contradições da alma. Texto Anterior: Espanhol: Barcelona vence e abre 7 pontos Próximo Texto: Contrapartida Índice | Comunicar Erros |
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