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SURFE
Etapa de Florianópolis do WQS usa as praias Mole e da Joaquina, com objetivo de elevar nível da competição
Torneio nômade vira fuga de ondas ruins
FÁBIO VICTOR
enviado especial a Florianópolis
A "busca pela onda perfeita" está
começando a mudar o formato dos
campeonatos de surfe.
Os torneios móveis, que são disputados simultaneamente em
duas ou mais praias, de acordo
com as condições das ondas, são a
nova tendência de disputa do esporte no Brasil e no mundo.
O Reef Brazil Classic, iniciado
anteontem e que vai até amanhã
em Florianópolis (SC), válido pelo
WQS (World Qualifying Series, segunda divisão do surfe mundial), é
a primeira competição internacional disputada nesses moldes no
país. Duas praias -Joaquina e
Mole- estão à disposição dos
competidores. Ao longo dos quatro dias do torneio, é utilizada a
que oferecer as melhores condições para a prática do esporte.
"Decidimos de acordo com o
vento e a direção do sweel (ondulação). Se resolvo que a disputa vai
ser na Joaquina, mas, amanhã, às
6h da manhã, a praia Mole estiver
melhor, mudamos para lá", explica o presidente da Abrasp (Associação Brasileira de Surfe Profissional), Alexandre Fontes, 39.
"O surfe mundial cada vez mais
busca ondas perfeitas. É a procura
da qualidade tão solicitada pelos
surfistas", diz Fontes.
Diariamente, ele recebe informações sobre as condições do mar
e do vento, com a previsão para
aquele e os dois dias seguintes.
Como a margem de erro é relevante, os organizadores também
visitam as praias credenciadas.
Quanto à estrutura, Fontes diz
que não há problemas. "Em duas
horas, montamos um palanque."
O Reef Brazil Classic de Florianópolis é, na verdade, um teste para uma ambição da Abrasp.
A entidade está pleiteando junto
à ASP (Associação Internacional
de Surfe Profissional) a realização
de mais uma etapa do WCT
(World Championship Tour, a
primeira divisão do surfe mundial) no Brasil, exatamente em
Florianópolis, a partir de 2000.
Das 13 etapas que o torneio terá
neste ano, só a penúltima será no
Brasil -na Barra da Tijuca, Rio.
Fontes conta que a proposta é fazer o novo torneio na ilha e em outros trechos do litoral catarinense.
O Governo do Estado e a Prefeitura de Florianópolis já garantiram apoio à proposta.
Se são uma novidade no Brasil,
os torneio móveis estão se disseminando pelo mundo.
"É o futuro do surfe mundial, e a
ASP está considerando isso como
requisito para que se realize campeonatos de nível", afirma Fontes.
Neste ano, o WCT terá duas novas
etapas móveis, entre as ilhas Fiji e
Tavanua (Oceania) e entre as cidades de Mundaca (Espanha) e Anglet (França).
"Eles só entraram no circuito
por terem se comprometido a fazer o torneio móvel", diz Fontes.
Um torneio ao longo da Costa
Dourada australiana completa o
grupo de "nômades" do WCT.
Os surfistas aprovam o modelo.
"Todo mundo ganha: nós, o público, a mídia e até os juízes, que têm
mais facilidade para avaliar", diz
Peterson Rosa, o brasileiro mais
bem colocado no WCT (8º lugar).
"Favorece o bom surfe e enriquece o evento. O surfista agradece", completa o baiano Jojó de Olivença, 11º do WCT, em 97.
Apesar de o Reef Brasil Classic
ter opção de escolha, as ondas nos
dois primeiros dias, ambos na Joaquina, foram pequenas.
²
O repórter
Fábio Victor viaja a convite da organização do Reef Brazil Classic
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