São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004

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PÓLO AQUÁTICO

Carnaval fortalece Brasil em seletiva

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Jogar o Pré-Olímpico durante o Carnaval não será problema para a seleção brasileira feminina de pólo aquático. O time faz sua estréia hoje, às 14h30, no Grupo B da competição, disputada em Impéria (Itália), contra a Espanha.
"Graças a Deus que o Pré-Olímpico coincidiu com o Carnaval. Se não fosse, perderíamos umas duas ou três jogadoras", conta o técnico Paulo Coutinho, que terá, mesmo assim, alguns desfalques.
Do grupo que foi bronze no Pan de Santo Domingo-2003, Coutinho perdeu Mariana Roriz, Carolina Vasconcelos e Rubi Palmieri.
A razão para isso é das mais prosaicas: inviabilidade para conciliar trabalho e estudo com a modalidade, que é amadora no país.
"Ninguém ganha salário. Por isso não dá para se dedicar tanto ao esporte", diz Cristina Beer, 23, capitã do Brasil, que retorna ao time depois de ficar um ano afastada. "Trabalhava durante o dia e fazia faculdade de engenharia à noite. Tive que pedir dispensa", conta.
De última hora, o Brasil também ficou sem Camila Pedrosa, que não foi liberada pelo Piraeus, da Grécia, seu clube. Sem a centro, as chances de Camila estar em Atenas, em agosto, para jogar pela seleção, ficaram mais remotas.
"Friamente falando, nossas chances são mínimas", admite Coutinho. "Mas ninguém vai viajar derrotado. Vamos lutar."
Depois da Espanha, o Brasil pega Itália (amanhã), Nova Zelândia (quarta-feira) e Hungria (sexta).
Só duas seleções de cada chave se classificam para as semifinais e a Olimpíada. Na outra chave estão Canadá, República Tcheca, Alemanha, Holanda e Rússia. "Itália e Hungria são as favoritas. Temos time para ganhar da Nova Zelândia e jogar de igual para igual com a Espanha. Se houver zebra, podemos avançar", sonha o treinador.
Para o futuro, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos tem projeto de dar uma ajuda de custo mensal de R$ 500 para as jogadoras. "Ninguém vai parar de trabalhar por esse valor. Mas vai ser um incentivo a mais para elas treinarem", diz Marisa Roriz, diretora de pólo aquático da CBDA.


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