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CPI encerra investigação sobre 98
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com um depoimento frustrante do lateral da seleção na Copa de
98 Roberto Carlos, a CPI da CBF/
Nike concluiu ontem a lista de depoimentos marcados para tentar
esclarecer episódios relacionados
à final do Mundial da França.
O deputado Sílvio Torres
(PSDB-SP), relator da comissão,
afirmou que a não ser que apareçam fatos novos ninguém mais
vai ser chamado para falar sobre a
escalação do atacante Ronaldo
para a final da competição.
Ele estava com problemas de
saúde, e a seleção foi derrotada
pela França. Torres disse que dúvidas, como a suposta ingerência
na escalação da empresa Nike, patrocinadora de Ronaldo e da seleção brasileira, serão incluídas no
relatório final da CPI.
"Todo esse episódio que envolveu a escalação do Ronaldo não
está muito esclarecido", afirmou.
Representantes da Nike e da
CBF que ainda irão falar à CPI poderão ser questionados sobre a final da Copa, mas os temas principais de seus depoimentos não terão como objeto essa questão.
Roberto Carlos foi convocado
porque era o colega de quarto de
Ronaldo na França e demonstrou
preparo em seu depoimento,
muitas vezes elogiando a Nike,
empresa que também o mantém
sob contrato. "As informações
que ele trouxe acrescentaram
muito pouco", disse Torres.
O lateral, que atualmente joga
no Real Madrid (Espanha), defendeu a versão segundo a qual o técnico Mario Jorge Lobo Zagallo só
foi informado do mal-estar de
Ronaldo no dia da final, algumas
horas depois do ocorrido.
Isso é o que Zagallo havia dito à
CPI, mas o jogador Edmundo e
dois médicos que trabalhavam
para a seleção declararam aos deputados que o técnico foi avisado
pouco tempo depois de Ronaldo
ter se sentido mal.
Os deputados pretendiam esclarecer isso para saber quanto tempo Zagallo teria tido para decidir
se escalaria ou não Ronaldo e tomar outras providências.
A falta de atrativos do depoimento permitiu discussões que
não tinham relação com a final da
Copa. Ao ver Roberto Carlos insistir na importância da Nike para
a seleção, o presidente da CPI, Aldo Rebelo (PC do B-SP), afirmou
que o Brasil foi quatro vezes campeão sem a ajuda da empresa, que
fabrica material esportivo, e lembrou que os uruguaios chegam a
dizer que o futebol daquele país
piorou após os jogadores pararem de usar chuteiras artesanais.
"O problema do Uruguai não
são as chuteiras, são os pés que estão dentro das chuteiras", disse o
deputado José Lourenço (PMDB-BA), que há três dias passou a integrar a CPI. Segundo ele, o futebol mundial "melhorou muito e
isso se deve a empresas como a
Coca-Cola e a Nike".
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