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FUTEBOL
Clube do ABC, sensação no ano passado, faz a pior campanha de um time brasileiro na história da competição
São Caetano bate recorde negativo na Libertadores
RODRIGO BUENO
RODRIGO PLANET
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Caetano é mesmo o time
mais surpreendente do país. Em
2000, tornou-se o maior fenômeno do futebol nacional. Em 2001,
passou a ser o pior time brasileiro
na história da Libertadores.
Anteontem, o clube do ABC fez
sua terceira partida no principal
interclubes sul-americano. Perdeu por 1 a 0 para o Cruz Azul, do
México. É o ""lanterninha" do
Grupo 7, com apenas um ponto,
fruto de um empate em casa por 1
a 1 com o mesmo Cruz Azul.
O São Caetano tem, portanto, só
11,1% de aproveitamento de pontos na competição. O clube brasileiro que tinha o pior desempenho até então era o Bangu, com
16,6% de aproveitamento.
A pífia campanha da equipe do
técnico Jair Picerni na Libertadores prejudica a imagem do São
Caetano no momento em que ele
pleiteia um lugar na elite do futebol brasileiro -o clube pode ir
até à Justiça para jogar na primeira divisão do Brasileiro-2001.
O grande argumento apresentado pelo São Caetano para ficar na
elite do futebol do país é técnico.
O time fez campanha brilhante na
Copa João Havelange, caindo
apenas na final, em um terceiro
jogo, diante do poderoso Vasco.
O clube do ABC, porém, fracassa em sua primeira chance de representar o futebol nacional no
exterior -para avançar à segunda fase com segurança, precisa
vencer seus três próximos jogos.
O São Caetano perdeu anteontem sua terceira partida consecutiva, o que não acontecia desde
1998. O time, que jogou este ano
pela primeira vez no exterior, ainda não teve uma vitória sequer em
confrontos internacionais.
A sensação do futebol em 2000
supera vários ""grandes" do país
em rapidez na chegada à Libertadores. Disputou pela primeira vez
o nobre interclubes sul-americano após 11 anos de existência
-Flamengo, Corinthians e São
Paulo demoraram, respectivamente, 21, 17 e 12 anos para jogar
na Libertadores, por exemplo.
O fato de ser um time sem tradição internacional não serve tanto
de desculpa para o São Caetano.
No ano passado, por exemplo,
Atlético-PR e Juventude estrearam na competição. O time paranaense conseguiu um aproveitamento de 79,1% dos pontos que
disputou -invicto na primeira
fase, caiu nas oitavas-de-final. O
Juventude não foi bem, mas obteve 38,8% dos pontos disputados.
O próximo jogo do São Caetano
na Libertadores acontece no dia 6,
contra o uruguaio Defensor, no
estádio Anacleto Campanella. O
time não poderá contar com o
meia-atacante Aílton, que deu
uma cusparada em um adversário
e está suspenso -pode perder
outros jogos pelo ato cometido.
O Cruz Azul teve a chance de
ampliar o marcador anteontem,
pois, quando vencia o jogo por 1 a
0, desperdiçou um pênalti.
A chave do São Caetano na Libertadores é vista como a mais fácil da competição. Além do time
do ABC, conta com o estreante
Olmedo, do Equador, com o modesto Defensor, do Uruguai, e o
Cruz Azul, que tem nove pontos a
mais que o time de Jair Picerni.
Em 2000, o São Caetano perdeu
apenas seis partidas. Neste ano,
em menos de três meses, a equipe
do ABC já perdeu cinco vezes. E,
no domingo, a equipe pega um
motivado Palmeiras no Parque
Antarctica pelo Paulista.
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