São Paulo, sexta-feira, 23 de março de 2001

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FUTEBOL

Clube do ABC, sensação no ano passado, faz a pior campanha de um time brasileiro na história da competição

São Caetano bate recorde negativo na Libertadores

RODRIGO BUENO
RODRIGO PLANET
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Caetano é mesmo o time mais surpreendente do país. Em 2000, tornou-se o maior fenômeno do futebol nacional. Em 2001, passou a ser o pior time brasileiro na história da Libertadores.
Anteontem, o clube do ABC fez sua terceira partida no principal interclubes sul-americano. Perdeu por 1 a 0 para o Cruz Azul, do México. É o ""lanterninha" do Grupo 7, com apenas um ponto, fruto de um empate em casa por 1 a 1 com o mesmo Cruz Azul.
O São Caetano tem, portanto, só 11,1% de aproveitamento de pontos na competição. O clube brasileiro que tinha o pior desempenho até então era o Bangu, com 16,6% de aproveitamento.
A pífia campanha da equipe do técnico Jair Picerni na Libertadores prejudica a imagem do São Caetano no momento em que ele pleiteia um lugar na elite do futebol brasileiro -o clube pode ir até à Justiça para jogar na primeira divisão do Brasileiro-2001.
O grande argumento apresentado pelo São Caetano para ficar na elite do futebol do país é técnico. O time fez campanha brilhante na Copa João Havelange, caindo apenas na final, em um terceiro jogo, diante do poderoso Vasco.
O clube do ABC, porém, fracassa em sua primeira chance de representar o futebol nacional no exterior -para avançar à segunda fase com segurança, precisa vencer seus três próximos jogos.
O São Caetano perdeu anteontem sua terceira partida consecutiva, o que não acontecia desde 1998. O time, que jogou este ano pela primeira vez no exterior, ainda não teve uma vitória sequer em confrontos internacionais.
A sensação do futebol em 2000 supera vários ""grandes" do país em rapidez na chegada à Libertadores. Disputou pela primeira vez o nobre interclubes sul-americano após 11 anos de existência -Flamengo, Corinthians e São Paulo demoraram, respectivamente, 21, 17 e 12 anos para jogar na Libertadores, por exemplo.
O fato de ser um time sem tradição internacional não serve tanto de desculpa para o São Caetano.
No ano passado, por exemplo, Atlético-PR e Juventude estrearam na competição. O time paranaense conseguiu um aproveitamento de 79,1% dos pontos que disputou -invicto na primeira fase, caiu nas oitavas-de-final. O Juventude não foi bem, mas obteve 38,8% dos pontos disputados.
O próximo jogo do São Caetano na Libertadores acontece no dia 6, contra o uruguaio Defensor, no estádio Anacleto Campanella. O time não poderá contar com o meia-atacante Aílton, que deu uma cusparada em um adversário e está suspenso -pode perder outros jogos pelo ato cometido.
O Cruz Azul teve a chance de ampliar o marcador anteontem, pois, quando vencia o jogo por 1 a 0, desperdiçou um pênalti.
A chave do São Caetano na Libertadores é vista como a mais fácil da competição. Além do time do ABC, conta com o estreante Olmedo, do Equador, com o modesto Defensor, do Uruguai, e o Cruz Azul, que tem nove pontos a mais que o time de Jair Picerni.
Em 2000, o São Caetano perdeu apenas seis partidas. Neste ano, em menos de três meses, a equipe do ABC já perdeu cinco vezes. E, no domingo, a equipe pega um motivado Palmeiras no Parque Antarctica pelo Paulista.


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