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AUTOMOBILISMO
Vitória na Malásia deixa alemão entre os maiores vencedores
Schumacher, 10%, encara mitos dos primórdios da F-1
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SEPANG
É como se Michael Schumacher
tivesse atravessado gerações. Passado por cima de eras que tiveram
Damon Hill, Nigel Mansell, Ayrton Senna, Alain Prost, Nelson Piquet e Niki Lauda. E desembarcado nos anos 50, 60, início dos 70.
Os primórdios da F-1.
Em Sepang, na Malásia, o alemão atingiu uma marca que não
era alcançada havia mais de 30
anos. Ao cruzar em primeiro, anteontem, a linha de chegada da segunda etapa do campeonato,
Schumacher tornou-se vencedor
de 10% de todas as corridas da
história da categoria. Foi sua 72ª
vitória, e a prova foi a 715ª da F-1.
Nos 54 anos do Mundial só três
pilotos tiveram tanto domínio em
suas épocas: Juan Manuel Fangio,
Jim Clark e Jackie Stewart. Para
evitar as óbvias aberrações estatísticas dos primeiros GPs, foram
levados em conta apenas os dez
maiores vencedores, em números
absolutos, da história da F-1.
Quando deixou a categoria, em
1957, Fangio havia vencido 38,7%
das provas da história até então:
24 de 62. Clark morreu em 1968
com um cartel de 25 vitórias. Seu
último GP foi o 162º. O escocês,
portanto, chegou a vencer 15,4%
das corridas da categoria. Stewart
atingiu 11,7% quando conquistou
sua 27ª e última vitória, na Alemanha, em 1973, GP número 231.
Com o passar dos anos, o acúmulo de provas e o aumento do
número de competidores (havia
apenas quatro equipes em 1957,
por exemplo), tornou-se quase
impossível alcançar os 10%.
Quem passou mais perto foi
Alain Prost, vice-líder do ranking
de vitórias: chegou a 9,4% no seu
51º triunfo, na Alemanha, em
1993, pela Williams. Ayrton Senna aparece a seguir, com 7,4%.
Para Schumacher, porém, o impossível torna-se cada vez mais
palpável. E toda a "culpa" é de sua
arrancada com a Ferrari.
Antes de a equipe desencantar e
voltar a ganhar o Mundial de Pilotos, em 2000, o alemão era "mais
ou menos normal". No final de
1999, ele tinha 35 vitórias em 646
GPs da história da F-1. Ou seja,
havia vencido 5,4% das corridas.
Era como Nigel Mansell.
Já em 2000, após conquistar nove vitórias, chegou a 6,6% (44 em
663 GPs). Superou Niki Lauda.
Em 2001, venceu mais nove. Fechou o ano com 7,7% (53 em 680).
Ultrapassou, assim, Senna.
Explodiu em 2002: 11 vitórias e,
no fim do ano, 9,2% de todos os
triunfos da F-1 (64 de 697), já
ameaçando Prost. E o francês, enfim, foi superado no final do ano
passado, quando Schumacher
chegou a 9,8% (70 de 713).
Caso faça um Mundial tão forte
como o de 2002, Schumacher terminará a temporada com 11,1%.
Começará a caçada a Stewart.
Anteontem, a vitória seguiu o
padrão dos últimos tempos.
Schumacher saiu da pole, manteve a prova sob controle e cruzou
com cinco segundos de vantagem
sobre Juan Pablo Montoya.
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