São Paulo, domingo, 23 de março de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Projeto vai da Europa ao interior de SP por clubes, empresas e fundação

DO PAINEL FC

Quatro clubes, quatro empresas e uma fundação fazem parte do complexo quebra-cabeça que deu origem ao projeto Campus Pelé, em Jundiaí.
A brincadeira começa em Luxemburgo, onde foi fundada a Sicar, sociedade de investimento de capital de alto risco. Ela é controlada pela FAM, da holding que detém o Banco Fator.
O dinheiro dos investidores, administrado por um comitê de investimentos, passa pela FAM antes de chegar à Sicar.
A empresa de Luxemburgo envia o dinheiro ao Brasil. Ele é usado basicamente no Monte Alegre Futebol S/A, clube-empresa que incorporou o Litoral FC, de Pelé, e no Paulista.
O Litoral, incorporado graças a um acordo com a Prime, que controla os licenciamentos da marca Pelé, abastece de jogadores o Paulista, que também já tem as suas categorias de base turbinadas pelo projeto.
Depois, os atletas serão transferidos, preferencialmente e aos poucos, para o Lausanne, da segunda divisão suíça.
Barriga de aluguel para que os jogadores façam sua adaptação à Europa, o time é mantido pela LS Vaud Foot S/A. Ela assinou acordo com a Sicar.
O Lausanne terá 20% do que arrecadar nas vendas. O restante será dividido pelos investidores, com uma parte do obtido reservada para Pelé.
A idéia é começar a divisão em quatro anos. "A menos que por uma dádiva surja um Robinho", disse Vanilton Tadini, do comitê de investimentos.
Segundo ele, hoje existem só 15 investidores. E a meta é ter entre 80 e 90. O investimento mínimo é de US$ 200 mil.
Eduardo Palhares, presidente do Paulista, diz que o clube não terá participação nos direitos econômicos dos jogadores porque o projeto banca todas as suas despesas. Já quitou cerca de R$ 15 milhões em dívidas. Se ao final dos 12 anos iniciais do contrato a parceria acabar, ela deixa o Paulista com a mesma quantidade de atletas que encontrou. Mas sem débitos.
De acordo com Tadini, Luxemburgo foi escolhido para receber a empresa que concentra os recursos por fazer várias exigências em relação aos investidores. "Queremos evitar um [Boris] Berezovski", diz ele, referindo-se à fracassada parceria MSI/Corinthians. O país já figurou em lista da Receita Federal de paraísos fiscais.
Com recursos do Monte Alegre será construído ainda um CT em área da Fundação Antônio Antonieta Cintra Gordinho, em Jundiaí.0 (RP)


Texto Anterior: Pelé vai ganhar com venda de atletas
Próximo Texto: Jundiaí tem palestra, e Suíça, jantar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.