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FUTEBOL
Ficar mais forte ajuda
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
Diego foi o melhor jogador
da partida entre Flamengo e
Santos. Alternou o drible e a condução da bola com o passe rápido
e preciso, como no primeiro gol.
Se continuar assim, vai ser um
craque, pois tem muito talento.
Já Robinho, por causa de sua
excepcional habilidade, características físicas e por atuar mais
pelos lados, precisa driblar com
mais frequência, mas no campo
adversário. O drible desestrutura
a marcação.
Robinho deveria seguir o caminho de grandes jogadores, como
Ronaldo, Zico, Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Gil e outros, que eram
franzinos no início de suas carreiras, ficaram mais fortes, ganharam peso e evoluíram bastante.
Muitos acham que isso iria violentar o estilo do garoto. Vai ajudá-lo. Se ele não adquirir outras
qualidades físicas e técnicas, não
será um craque. Será somente um
grande driblador -já é ótimo.
O drible que o Robinho deu no
flamenguista Fabinho, na lateral
do campo, passando a bola de um
pé para o outro, foi magistral.
Nada é perfeito
Penso que a imprensa deu excessiva importância ao fato de
que o Ricardo Oliveira ganharia
um prêmio para ser o artilheiro
do Brasileiro. Seria absurdo se
fosse por gol marcado em cada jogo. Todos os clubes premiam de
alguma forma os atletas que se
destacam. Isso acontece em todas
as empresas do mundo.
Essa premiação não é saudável,
bem-vinda, já que o futebol é um
esporte coletivo, mas todos os jogadores e o porteiro da Vila Belmiro sabem que a única grande qualidade do Ricardo Oliveira é
fazer gols. Com ou sem prêmio,
ele só pensa nisso.
O problema não é o prêmio, que
já foi cancelado, e sim a maneira
de jogar do artilheiro. Como a
equipe tem Robinho, Diego, Elano, Léo e Renato, que chegam ao
ataque com a bola dominada,
driblando e tabelando, facilitaria
muito a presença de um centroavante que atuasse de pivô, distribuindo a bola, como o Alberto.
Isso não significa que o Ricardo
Oliveira não seja bom para a
equipe. Ele é um excelente finalizador e superior ao Alberto. A
presença do atual artilheiro melhora de um lado e piora de outro.
Nada é perfeito.
Pão de queijo
Em vez de ser o treinador da defesa do Vasco, Mauro Galvão poderia fazer um treinamento especial, passar uns cremes no rosto
para esconder as rugas e entrar
em campo. Os defensores do Vasco são ruins. Só a defesa do Goiás
é pior. No Estadual, contra fracos
adversários, o time se iludiu.
Antônio Lopes disse que o problema não é só da defesa, mas
também do ataque, setor em que
começaria a marcação. Isso tem
lógica, mas todos os técnicos falam a mesma coisa. Virou um
chavão. Por que, quando um ataque faz poucos gols, ninguém fala
que o problema começa lá atrás,
no passe errado dos volantes e dos
zagueiros?
Impressiona-me no Vasco a
apatia e a má forma do Marques.
Ele era brilhante no Atlético-MG.
No programa "Linha de Passe"
da ESPN Brasil, Paulo Vinícius
Coelho lembrou que o Marques
não se dá bem com a praia, porque também não brilhou quando
jogou no Flamengo.
Ou seria saudade do pão de
queijo mineiro? O do Rio é mais
duro e tem pouco queijo.
União das diferenças
Um dos fatores mais importantes das excelentes campanhas de
Atlético-MG e Cruzeiro no Brasileiro foram as contratações de jogadores certos para as posições
corretas. Sem gastar fortunas. Para se formar um excelente conjunto, muito mais importante que o tempo para treinar, é juntar
jogadores com características diferentes e que se completam.
O lento e grande artilheiro Guilherme e o veloz e habilidoso Alessandro se dão muito bem. O inteligente e bom passador Lúcio Flávio faz uma boa dupla com o veloz e vibrante Alexandre.
O Cruzeiro não tem um centroavante fixo. Os velozes Ariztizábal e Deivid se deslocam muito para os lados, e o talentoso Alex
aproveita este espaço pelo meio
para chegar no momento certo e
finalizar com eficiência. Assim
saíram muitos gols.
Uma das funções dos treinadores é a de casar as peças, formar
duplas e trios que se afinam.
Além de características diferentes, é preciso unir qualidades.
Juntar Fernando Diniz e Paulo
Miranda, novas contratações do
Flamengo, não dá liga. Futebol
também tem lógica.
E-mail
tostao.folha@uol.com.br
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