São Paulo, sábado, 23 de abril de 2005

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FUTEBOL

Segunda divisão larga hoje com sete nordestinos, sete paulistas, sete "outsiders" e um decadente campeão do mundo

"Nordeste-SP", Série B põe Grêmio à prova

DA REPORTAGEM LOCAL

A Série B do Brasileiro tem um turno apenas de classificação em que todos se enfrentam, mas pode ser dividida em quatro grupos: o dos paulistas, o dos nordestinos, o dos outsiders e o do Grêmio.
O tradicional time gaúcho, que passa pela segunda vez pela segunda divisão, experimenta agora um torneio Nordeste-São Paulo.
Dos 22 participantes, sete são paulistas e sete são nordestinos. Na trilha para voltar à elite, o Grêmio só tem no caminho um conterrâneo (Caxias) e dois vizinhos da região Sul (Avaí e Criciúma).
Entre Salvador, São Paulo, Recife, Campinas, Fortaleza, Santa Bárbara d'Oeste, Maceió, o campeão mundial de 1983 percorrerá mais de 20 mil km na fase de classificação da Série B, que leva apenas dois times à primeira divisão.
O Grêmio é um dos seis membros do Clube dos 13 que tentam retornar à elite nesta temporada.
"Foi feito um projeto para chegarmos a 20 clubes na Série A e na Série B em 2006. Creio que estamos fortalecendo a Série B. Temos que valorizar essa competição, que era vista como um inferno, uma coisa deplorável", disse Fábio Koff, presidente do Clube dos 13 e ex-presidente do Grêmio.
O dirigente entende que a segunda divisão neste ano está bem distribuída nacionalmente, apesar de não contar, por exemplo, com clubes de Rio de Minas Gerais, dois Estados bastante tradicionais no futebol brasileiro.
"Você vê que há times de todas as regiões. É uma disputa bem nacional. Rio e Minas são mercados importantes, mas aconteceu de o América [mineiro] cair. O Clube dos 13 ajuda financeiramente a Série B. Queremos que a disputa pelo menos não seja deficitária, como já foi. Hoje, há seis times do Clubes dos 13, mas acho pode haver mais em 2006", disse Koff.
Sobre o Grêmio, que trocou nas últimas horas o técnico Hugo De León por Mano Menezes, Koff mostra certo pessimismo. ""Se não tiver consciência de que camisa e tradição não vencem hoje, não vai subir. O Grêmio não é mais o que já foi. O sistema de disputa ainda favorece o time, pois no quadrangular final tem 50% de chances."
A equipe gaúcha, que estréia hoje fora de casa contra o Gama, receberá cerca de R$ 7,5 milhões para jogar a Série B, metade do que ganharia se estivesse na primeira divisão. Essa cota do Clube dos 13, porém, vai diminuindo na medida em que os sócios vão permanecendo na Segundona.
Bahia e Sport, por exemplo, não conseguiram subir no último ano e já ganham cerca de 30% do que faturariam se jogassem na elite.
A "esquadra nordestina" tem ainda outro representante do grupo que reúne os maiores clubes do país: o Vitória, rebaixado em 2004. O Nordeste só não ficou sem representante na elite porque o Fortaleza subiu no ano passado. Ceará, CRB, Náutico e Santa Cruz são os demais ""filhos" da região.
A "armada paulista" tem Guarani e Portuguesa como líderes. Os dois, que se enfrentam hoje na abertura da competição no Canindé, integram o Clube dos 13. Santo André, atual campeão da Copa do Brasil, União Barbarense, atual campeão da Série C, Ituano, Marília e Paulista lutam também para deixar São Paulo com oito times na Série A de 2006.
Marília x Vitória abre o Nordeste-São Paulo às 16h na TV aberta, e o Grêmio inicia a sua viagem de segunda classe às 20h em canal pago. (RODRIGO BUENO)


NA TV - Marília x Vitória, às 16h, na Rede TV!, e Gama x Grêmio, às 20h, na Sportv (menos para Centro-Oeste e Sudeste)


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