São Paulo, sábado, 23 de abril de 2005

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BASQUETE

Com presença recorde de atletas latinos, liga assiste à maior troca de times na reta decisiva

"Volúvel", NBA inicia fase de mata-matas

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem a presença do LA Lakers, a NBA inicia hoje os mata-matas com quatro jogos: Seattle x Sacramento, Dallas x Houston, Detroit x Philadelphia e Boston x Indiana.
A ausência do time da Califórnia, segundo detentor de mais títulos (14) e figurinha mais fácil na fase decisiva (28 participações), é um dos maiores sintomas de uma liga que nunca foi tão volúvel.
Torneio mais globalizado do planeta, a NBA não terá na fase final os dois times que mais lucros trazem ao torneio com a venda de camisas: LA Lakers e New York.
Pelo segundo ano seguido, barrou da festa final 31,3% das equipes que jogaram os mata-matas anteriores, o que retirou de quadra astros como o armador Kobe Bryant e o ala Kevin Garnett.
Dos 16 times que participaram dos playoffs em 2002/03, só seis (37,5%) -Indiana, San Antonio, Sacramento, Dallas, Boston e Detroit- se mantiveram na elite nos dois últimos anos. É o número mais baixo da história da liga.
Inconstante, a NBA também vê o fim das dinastias. A última foi a do LA Lakers, tricampeão (2000, 2001 e 2002). Desde então, colecionou retumbantes fracassos.
Em 2003/04, o elenco milionário, encabeçado por Bryant, Shaquille O'Neal, Gary Payton e Karl Malone, sucumbiu diante do time operário do Detroit na série final.
Diante da nova realidade, nem o atual campeão posa de detentor da supremacia. "Fomos bem até aqui. Mas agora é outra fase e temos que jogar como equipe, como fizemos antes, para prosseguir", diz o técnico Larry Brown.
Não bastasse isso, os donos das melhores campanhas de cada conferência, que terão vantagem de mando de quadra até o fim, são justamente dois times que nunca ergueram um troféu da NBA.
O Miami apostou na contratação de Shaquille O'Neal para ir longe. Ele votou à Flórida e encetou parceria com Dwyane Wade para recolocar a equipe nos playoffs e ratificar o elenco como um dos mais capazes de abocanhar o título. Mas os atletas badalados fogem do discurso individualista.
"Não podemos atuar isoladamente. Precisamos de mais do que cinco jogadores para formar uma equipe. E nosso grupo já provou que tem", observa Wade.
O Phoenix, por sua vez, credenciou-se às finais com uma recuperação histórica. Em 2003/04, havia feito uma campanha medíocre, com 29 vitórias e 53 derrotas -aproveitamento de 35,4%. Agora, alcançou índice de 75,6%.
Para isso, foi essencial a contratação de Steve Nash, do Dallas. Solidário, o armador foi o parceiro ideal para Shawn Marion reencontrar seu melhor jogo e Amare Stoudemire desenvolver ainda mais sua condição atlética.
A vitória na fase de classificação não é garantia de chegada à decisão. No entanto, desde que o atual sistema de mata-matas foi adotado, em 1983/84, 66,6% dos finalistas haviam sido os melhores em suas respectivas conferências.
Duas vezes, contudo, os campeões da primeira fase não alcançaram a etapa derradeira. A última foi em 2003/04, na qual Minnesota e Indiana fracassaram.
Tal retrospecto não preocupa Stoudemire. "Com o que faço em quadra, será difícil parar a nossa equipe", diz o pivô, que tem Leandrinho como colega de clube.
Os latino-americanos aparecem em número recorde nesta fase: seis. Além de Leandrinho, o Brasil terá novamente Nenê (Denver) em ação nos mata-matas.


NA TV - Indiana x Boston, na ESPN, ao vivo, às 21h


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