São Paulo, quinta-feira, 23 de abril de 2009

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FUTEBOL

A democratização da Libertadores


Argentinos e mexicanos já não mostram a força de antes na disputa, que vê agora mais países em seu mata-mata


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A LIBERTADORES deste ano tende a escancarar uma tendência recente: argentinos e mexicanos já não são tão fortes.
Tratando o Boca Juniors como um caso (um país?) à parte, o cenário é animador para brasileiros, emergentes (tipo LDU) e novidades (tipo Once Caldas). Apenas um clube mexicano tem chance de avançar ao mata-mata: o Chivas. E a situação do clube de Guadalajara não é nada confortável. Decidirá fora de casa sua vida contra o Everton, em Viña del Mar. No último jogo do Chivas, sobraram vaias no México para o empate sem gols com o Lanús, um placar que retrata bem a tese defendida nesta coluna. O Lanús, com só três pontos, foi péssimo representante argentino, lanterna da chave. Além do Boca, potencialmente o melhor time da fase de grupos e grande favorito à taça, apenas o Estudiantes deve levar a bandeira argentina para o mata-mata (selou ontem sua vaga em segundo lugar). E o time já penou bem na primeira fase. Hoje, o River Plate faz duelo crucial contra o Nacional paraguaio no campo visitante. Com só uma vitória até agora no Grupo 3, um triunfo por 1 a 0 com grande ajuda do árbitro brasileiro Heber Roberto Lopes, o River namora mais uma eliminação precoce. Ficará matematicamente fora se perder hoje, e em uma situação bem desagradável se empatar. San Lorenzo, o único grande argentino que não ganhou a América para valer, consegue fazer campanha tão ruim quanto a do Lanús. Também é lanterna de sua chave. Bom, na última Libertadores tivemos cinco argentinos e dois mexicanos no mata-mata. Apenas seis países estavam representados nas oitavas de final do nobre torneio continental. A classificação de momento das chaves da Libertadores-2009 mostra nove países diferentes classificados, um recorde desde que a competição adotou seu formato e sua distribuição de vagas atuais, em 2005. E o Deportivo Cuenca (Equador) tem ainda boas chances de classificação, o que deixaria só a Bolívia fora do mata-mata. É sinal forte de que o futebol evoluiu, sim, em outras bandas (a Venezuela pode ter dois classificados, um em primeiro lugar de seu grupo e outro na chave do Boca). Mas também de que outras praças perderam seu poder. Voltando aos mexicanos, que tiveram só dois times na fase de grupos porque o Pachuca parou na Universidad de Chile na primeira fase, há uma questão nova e importante que explica a queda de desempenho: a Concachampions. A versão moderna da Copa dos Campeões da Concacaf, turbinada com quatro times mexicanos, daria início ontem à noite à decisão entre Atlante e Cruz Azul. Se para os mexicanos a Libertadores era secundária, agora é ainda mais. Mas e a crise na Argentina? Emergentes e pequenos brigam por taças lá. E os grandes penam aqui e acolá.
rodrigo.bueno@grupofolha.com.br


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