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Terror aproxima inimigos no críquete
Após perder direito de sediar Mundial devido a atentado, Paquistão recebe solidariedade da Índia, que tenta salvar evento
Ataque contra seleção do Sri Lanka em solo paquistanês definiu a exclusão do país dos que irão organizar a
Copa do Mundo de 2011
GIULLIANA BIANCONI
DA REPORTAGEM LOCAL
O críquete está para a Índia e
para o Paquistão como o futebol está para o Brasil e para a
Argentina. Mas, na relação entre aqueles dois países do sul da
Ásia, o esporte é mais do que
paixão nacional em comum
permeada pela rivalidade.
Desde a última semana,
quando a cúpula do ICC (Conselho Internacional de Críquete) decidiu, em Dubai, pela eliminação do Paquistão do grupo
de países que irão cossediar o
Mundial desse esporte em
2011, o críquete tem mostrado
também a sua face agregadora.
Rivais desde que foram reconhecidos como Estados independentes, em 1947, e começaram a disputar a região da Caxemira, agora pregam, ao menos no plano esportivo, união.
A exclusão do Paquistão havia entrado na pauta de discussões do ICC em março, quando
a seleção do Sri Lanka sofreu
um atentado na cidade de Lahore. O incidente, que deixou
sete mortos -nenhum atleta-,
tornou, nas palavras do presidente do ICC, o inglês David
Morgan, o Paquistão "um país
cheio de incertezas quanto à segurança para qualquer evento".
A posição do Ministério das
Relações Exteriores da Índia é
de crítica ao vizinho. O chanceler Pranab Mukherjee afirma
que "o país tem que ser efetivo
no combate às organizações
terroristas em seu território".
Porém, entre os dirigentes de
críquete dos países, o sentimento é de consternação. Desde a reunião do ICC, organismos reguladores do esporte
pregam apoio recíproco para
evitar a designação do torneio
para outra região do mundo.
Há o temor de que a Índia,
que, com Bangladesh e Sri Lanka, ainda mantém o direito de
sediar o evento, volte a ser alvo
de grupos terroristas.
"Não há, no passado, Mundial que tenha sido realizado
em conjunto e, por qualquer
motivo de segurança, tenha sido cancelado", disse um dos
chefes do Conselho de Críquete
do Paquistão, Saleem Altaf.
Altaf lembrou 2003, quando
o Mundial, sediado por Zimbábue, Quênia e África do Sul,
também esteve envolto por
tensões políticas.
A Índia já se prontificou a absorver os jogos que aconteceriam no Paquistão com a possibilidade de negociar a divisão
da renda, já que os danos causados ao esporte pelo prejuízo financeiro que terá também já
preocupam o Paquistão.
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