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Conflito político é esquecido por imigrantes
DA REPORTAGEM LOCAL
A aproximação que Índia e
Paquistão começam a demonstrar no plano esportivo internacional já foi efetivada no Brasil há bons anos. Aqui, onde eles
carregam em comum a denominação de imigrantes, os conflitos religiosos e políticos são
deixados em segundo plano e as
relações de amizade são firmadas a partir do críquete.
Os domingos no Clube Atlético São Paulo, em Interlagos, costumam ser uma miscelânea de sotaques no gramado e
comprovam a integração.
Enquanto o paquistanês Kamil Ghaffar, 54, atua como árbitro, o indiano Ravi Chanchlani, 32, arremessa a pesada e dura bolinha, tentando dificultar
a vida dos rebatedores.
Assistido por compatriotas,
como Gurcharan Kukreja, 45,
que, assim como ele, durante a
semana é comerciante de produtos indianos, Chanchlani é
elogiado até mesmo pelos ingleses que também se fazem
presentes no local.
Colônia da Inglaterra no passado, a Índia, assim como o Paquistão, herdou da metrópole a
paixão pelo críquete.
No clube paulistano onde
acontecem as partidas, a hierarquia ainda existe. Ao menos
simbolicamente.
O inglês David Gilman, que
destoa dos demais pelo chapéu
que utiliza para proteger a pele
branca do sol, observa como os
os atletas se preparam para as
competições de críquete.
É o presidente do São Paulo
Cricket Club e organizador dos
principais torneios que acontecem no país, como o Sul-Americano vencido no início do mês
pela seleção da Argentina.
"Aqui eles são amigos e até se
reúnem fora dos treinos para
assistirem a jogos internacionais de críquete", conta Gilman. Além dele, outros ingleses
estão no local. Todos treinam,
ao lado de indianos, paquistaneses, australianos e, por acaso,
brasileiros, na seleção brasileira de críquete.
(GB)
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