São Paulo, quinta-feira, 23 de abril de 2009

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Conflito político é esquecido por imigrantes

DA REPORTAGEM LOCAL

A aproximação que Índia e Paquistão começam a demonstrar no plano esportivo internacional já foi efetivada no Brasil há bons anos. Aqui, onde eles carregam em comum a denominação de imigrantes, os conflitos religiosos e políticos são deixados em segundo plano e as relações de amizade são firmadas a partir do críquete.
Os domingos no Clube Atlético São Paulo, em Interlagos, costumam ser uma miscelânea de sotaques no gramado e comprovam a integração.
Enquanto o paquistanês Kamil Ghaffar, 54, atua como árbitro, o indiano Ravi Chanchlani, 32, arremessa a pesada e dura bolinha, tentando dificultar a vida dos rebatedores.
Assistido por compatriotas, como Gurcharan Kukreja, 45, que, assim como ele, durante a semana é comerciante de produtos indianos, Chanchlani é elogiado até mesmo pelos ingleses que também se fazem presentes no local.
Colônia da Inglaterra no passado, a Índia, assim como o Paquistão, herdou da metrópole a paixão pelo críquete.
No clube paulistano onde acontecem as partidas, a hierarquia ainda existe. Ao menos simbolicamente.
O inglês David Gilman, que destoa dos demais pelo chapéu que utiliza para proteger a pele branca do sol, observa como os os atletas se preparam para as competições de críquete.
É o presidente do São Paulo Cricket Club e organizador dos principais torneios que acontecem no país, como o Sul-Americano vencido no início do mês pela seleção da Argentina.
"Aqui eles são amigos e até se reúnem fora dos treinos para assistirem a jogos internacionais de críquete", conta Gilman. Além dele, outros ingleses estão no local. Todos treinam, ao lado de indianos, paquistaneses, australianos e, por acaso, brasileiros, na seleção brasileira de críquete. (GB)


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