DA SUCURSAL DO RIO

A paralisação do futebol no país voltou a colocar os aliados Eurico Miranda (Vasco) e Ricardo Teixeira (CBF) em lados opostos.
Pela manhã, o ex-deputado acusou o presidente da CBF de ter articulado a paralisação. "Isso foi uma coisa preparada, uma trama urdida. O senhor Ricardo Teixeira mentiu ao dizer que os clubes pediram em algum momento para que não tivesse a rodada. A idéia partiu dele", disse Eurico.
À Folha, Teixeira se eximiu de responsabilidade na paralisação. "A CBF fez questão absoluta de ser uma apaziguadora da situação. Não participei da decisão. Tanto é que a CBF nunca disse que o campeonato foi suspenso."
"Na reunião, não senti dos clubes nenhuma vontade de não cumprir o regulamento. Tem muita coisa nova, às quais clubes, federações e confederação vão ter que se adaptar paulatinamente. Erros podem acontecer."
Após a decisão de suspender o torneio, a entidade máxima do futebol brasileiro demorou mais de 24 horas para se manifestar sobre o assunto. Teixeira justificou: "Você não tem que desmentir o que não existe oficialmente. Fiz questão de não deixar a CBF dar declaração sobre isso".
A reunião, segundo Teixeira, foi marcada pelo presidente do Clube dos 13, Fábio Koff. Também participaram dirigentes de oito clubes (Atlético-MG, Atlético-PR, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Santos e Vasco) e presidentes de três federações (Paraná, Rio e Santa Catarina).
A Globo Esportes também esteve presente. "Mas não tiveram influência na decisão tomada", afirmou ele, com a justificativa de que a TV é parceira da CBF. "Afinal, o que eles pagam pelo Nacional..."
O presidente resume o incidente como "um momento que passou". "Isso não mancha a imagem do futebol brasileiro. Não tem nada a ver." (RICARDO WESTIN)