São Paulo, domingo, 23 de maio de 2004

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Antes da sétima rodada do campeonato, que coloca em evidência quatro novos treinadores, sete equipes já haviam trocado sua comissão técnica

Rodada escancara ciranda da prancheta no Nacional

RICARDO PERRONE
RODRIGO BUENO
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Manter o treinador é uma orientação básica para quem vai disputar um campeonato de pontos corridos. Mas a sétima rodada do Brasileiro confirma que essa receita foi jogada de vez no lixo.
Leão estréia no Cruzeiro. Zetti começa o trabalho no Guarani. Wilson Coimbra será interino no Palmeiras. E Mauro Galvão largou ontem no Botafogo com um empate com o Figueirense. Antes desta rodada, sete clubes já haviam trocado de treinador.
No ano passado, quando nasceu o Nacional de pontos corridos, apenas dois clubes tinham dispensado o técnico até a sétima rodada, segundo o Datafolha.
Nesta temporada, alguns dos favoritos ao título fizeram trocas. O clássico entre Santos e Palmeiras simboliza a falta de paciência nesta temporada. Vanderlei Luxemburgo faz seu segundo jogo no torneio, e Wilson Coimbra quebra um galho até o acerto do clube com um profissional experiente.
O Santos e o Atlético-PR já foram dirigidos neste Nacional por três pessoas diferentes cada um. Luxemburgo fez um troca-troca com Leão, que foi para o Cruzeiro. Até interino caiu neste ano -Julio Pizza, do Atlético-PR.
Nesta ""ciranda", os profissionais mais badalados viraram coadjuvantes. Os comandantes que já venceram o Brasileiro estão mal colocados na tabela.
Até o início da rodada, as primeiras colocações pertenciam a Cuca (São Paulo), que chegou credenciado pelo bom trabalho no Goiás, Dorival Júnior (Figueirense), Vágner Benazzi (Criciúma), Paulo César Gusmão, que só deixou o Cruzeiro por ter fracassado na Libertadores, Lori Sandri (Internacional), Estevam Soares (Ponte Preta) e Agnaldo Liz (Vitória). Todos sonham com o primeiro título nacional na elite.
Entre os medalhões, a primeira vítima foi Joel Santana, campeão do Brasileiro de 2000, com o Vasco. No comando do Guarani, o técnico carioca não resistiu ao mau começo e foi demitido. "Não houve planejamento. O elenco era recém-formado, com atletas fora de forma e voltando de contusão. Em um mês eu tinha que montar um carro novo. Aí não teve jeito", disse Santana, ainda sem clube.
Leão, campeão brasileiro com o Santos em 2002, também não suportou o início oscilante do seu time e, demitido com apenas 25% de aproveitamento, trocou a Vila Belmiro pela Toca da Raposa.
Luxemburgo, com quatro títulos do Nacional, perdeu o último jogo para o Atlético-PR e vê o agora seu Santos com só seis pontos.
Apesar da vitória no último confronto, diante do Guarani, Oswaldo de Oliveira, campeão com o mesmo Corinthians em 1999, segue pisando em ovos no clube.
Acostumado a administrar as seguidas crises no Parque São Jorge, o técnico apresenta um índice de 38% no torneio e sofre rejeição. "Estamos em início de campeonato e muita coisa vai acontecer. Confio no grupo e no trabalho que estamos realizando."
A lista de técnicos campeões que começaram o Brasileiro com o pé esquerdo apresenta ainda Antônio Lopes (levou o vasco ao título em 97), com os mesmos 38% de Oliveira, e Geninho, que beira a zona de rebaixamento e mostra pífios 27% de aproveitamento com o combalido Vasco.
"Fomos prejudicados com as contusões de jogadores importantes, como Marcelinho e Beto. Mas com o retorno deles, a chegada do Petkovic e o Valdir na frente, acredito que as coisas mudem", afirmou o treinador, campeão com o Atlético-PR em 2001.


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