São Paulo, domingo, 23 de maio de 2004

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AUTOMOBILISMO

Pneus Bridgestone são responsáveis pelo fraco desempenho do time na classificação para o GP de Mônaco

"Inimigo íntimo" joga a Ferrari para trás

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MÔNACO

Sem concorrentes entre as outras equipes da F-1, a Ferrari finalmente foi derrubada ontem. Por um adversário interno, um "inimigo íntimo": a Bridgestone, sua fornecedora de pneus.
Hexacampeão mundial, vencedor de todos os GPs do ano, pole quatro vezes na temporada, Michael Schumacher larga em quarto em Mônaco. Seu companheiro, Rubens Barrichello, sai em sexto.
A pole, pela primeira vez, é de Jarno Trulli, da Renault. Ao seu lado, Jenson Button, da BAR. Fernando Alonso, companheiro de equipe do italiano, é o terceiro.
A largada para o GP de Mônaco, sexta etapa do Mundial, acontece às 9h (de Brasília), com TV.
Em comum, Trulli, Button e Alonso pilotam carros com pneus Michelin, que há dois anos dominam os treinos e as corridas nas ruas do principado. Além deles, Ralf Schumacher, da Williams, outra cliente da fábrica francesa, ficou à frente das Ferrari -mas como teve que cumprir punição por ter trocado o motor, largará apenas do 12º posto.
"É maravilhoso conseguir a primeira pole aqui em Mônaco. É o lugar ideal para largar em primeiro, por causa da dificuldade para ultrapassar", disse Trulli, que fechou sua volta lançada em 1min13s985, recorde do circuito.
Os únicos que ameaçaram o italiano foram os pilotos da BAR. Takuma Sato fez o primeiro trecho do circuito mais rápido, mas errou na saída do túnel. Button repetiu a dose ao abrir a volta, mas também perdeu tempo depois. "O carro estava escapando um pouco de frente. Por isso que o Sato errou", disse o inglês.
À Ferrari, restou a decepção. Schumacher, que havia liderado todos os treinos livres, ficou a 0s513 de Trulli. Barrichello, que ainda sofre para encontrar o balanço do carro, ficou a 0s731.
"Fiquei desapontado. Estou muito longe de onde gostaria. Agora vamos ver o que podemos fazer para a corrida", disse o alemão, que busca hoje bater o recorde de vitórias sucessivas em um início de ano -cinco, empatado com Nigel Mansell, em 92.
"Não vai ser fácil", limitou-se a dizer Barrichello, que fez seu pior treino classificatório desde o GP da França do ano passado.
A política da Ferrari foi a de poupar críticas à Bridgestone. Mas Felipe Massa, brasileiro, piloto da Sauber e responsável por alguns testes da escuderia italiana, deu a dimensão do problema. "O pneu da Bridgestone está esfarelando nesse asfalto. A Michelin sempre foi superior aqui e isso se repetiu agora", disse Massa, que também usa os pneus japoneses.
Foi em Mônaco, no ano passado, que Williams e McLaren começaram a reagir ao domínio da Ferrari. Acabaram levando a disputa do título até a última prova.
Dificilmente o roteiro se repete neste ano. Mas em Mônaco a F-1 volta a respirar. E a imaginar, pelo menos por um domingo, outro piloto erguendo a taça.


NA TV - GP de Mônaco, Globo, ao vivo, às 9h


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