São Paulo, domingo, 23 de junho de 2002

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BRASIL

Entrada do atleta mais jovem da equipe é vista por treinador como "troca pura e simples"

Scolari inclui Kaká entre os substitutos de Ronaldinho

FÁBIO VICTOR
FERNANDO MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
SÉRGIO RANGEL

ENVIADOS ESPECIAIS A SAITAMA

Depois da bonança, a tempestade. O saldo da vitória sobre a Inglaterra, que classificou o Brasil à semifinal da Copa e consolidou a confiança do torcedor na seleção, não foi só comemoração.
O técnico Luiz Felipe Scolari ganhou, além de parabéns até de seus críticos, uma série de problemas para a partida da próxima quarta-feira contra a Turquia.
O atacante Ronaldo, um dos artilheiros da Copa, segue com as dores musculares que o tiraram do jogo contra os ingleses, e só amanhã haverá uma definição dos médicos sobre sua escalação.
Destaque da vitória de anteontem, o atacante Ronaldinho, outro titular absoluto, já está fora da semifinal, suspenso pela expulsão na vitória de Shizuoka. Rivaldo, Edmilson e Roque Júnior também saíram de campo com dores, mas devem jogar. É o maior número de problemas e/ou dúvidas da seleção em um jogo da Copa.
Assim, o time que pega os turcos em Saitama pode ter duas caras novas, Kaká e Luizão, que ainda não foram titulares no Mundial. O meia-atacante são-paulino integrou o time principal uma única vez, num amistoso contra a Islândia em março.
Kaká, 20, que diz encarar a Copa como um aprendizado, foi o primeiro dos quatro nomes cogitados por Luiz Felipe Scolari para ocupar o posto de Ronaldinho.
"Tenho quatro ou cinco alternativas: a troca pura e simples do Ronaldinho pelo Kaká, tenho Edílson, que joga pela direita, eu tenho Denílson, que joga pela esquerda, eu tenho Juninho", disse Scolari, que pretende anunciar o time na véspera da semifinal.
Ricardinho, testado em treinos como titular na outra partida em que Ronaldinho esteve fora, contra a Costa Rica, não apareceu na lista de opções do treinador.
Na ocasião, o meia-atacante gaúcho foi poupado por estar "pendurado" com um cartão amarelo. O técnico, que elogiou a inteligência e a criatividade de Ricardinho, não aproveitou o corintiano por entender que escalar como titular o atleta que chegou por último à Ásia poderia melindrar o grupo. Edílson levou a vaga.
Já Kaká, que Scolari qualificou de "tímido" em conversas reservadas, pode ganhar a vaga mesmo tendo apresentado um futebol pouco vistoso na única chance que teve, contra a Costa Rica.
Mas, se for levado em conta o histórico das entrevistas de Scolari, Kaká ainda não pode comemorar. O técnico costuma ventilar alterações para confundir o rival e, na última hora, põe outro time.
O que pode dar esperança ao são-paulino é que Scolari ainda não repetiu -e nem repetirá contra os turcos- a mesma escalação em duas partidas seguidas.
Nem Kleberson, que teve atuação destacada quando ganhou a posição de Juninho, nas quartas-de-final, recebeu do técnico a garantia de que ficará no time.
"Depende do adversário que vamos enfrentar. O Kleberson entrou em decorrência do que tínhamos visto da Inglaterra", disse o técnico, que concedeu entrevista antes de Senegal x Turquia.
Informado sobre o fato de que alguns técnicos no Brasil criticam o esquema de jogo que ele implantou na seleção, foi irônico.
"Até agora, penso que deu para o gasto. Mas a gente está chegando. Não vou discutir se é suficiente, bom ou ruim. Está dando para o gasto. Tomara que continue mais ou menos e que a gente consiga mais duas vitórias", declarou o treinador da seleção nacional.



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