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Brasil, que só triunfou nos últimos 10 anos com o herói do time espanhol, tem jogo decisivo hoje
Real é campeão com Ronaldo. E a seleção?
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SAINT-ÉTIENNE
Ronaldo, 26, fez dois gols e ganhou ontem, pelo Real Madrid,
na Espanha, o primeiro campeonato nacional por um clube na
sua vitoriosa carreira.
Hoje, em Saint-Étienne, na
França, às 16h, é a vez de a seleção
brasileira tentar ficar viva na Copa
das Confederações-2003 e provar
que pode ser campeã também
mesmo sem seu maior astro.
Na rodada derradeira da primeira fase do torneio da Fifa, o
Brasil precisa bater a Turquia. Se
perder ou empatar, estará eliminado e vai repetir sua sina de fracassos recentes nas vezes em que
jogou sem sua estrela.
O time principal do Brasil só subiu no topo do pódio de uma
competição oficial nos últimos
dez anos quando teve o atacante
no grupo. Em 1994, na Copa dos
EUA, Ronaldo triunfou mesmo
como figurante, mas depois teve
papel sempre de protagonista.
Nas Copas Américas de 1997 e
1999, ele foi o principal goleador
do time. O Brasil foi campeão.
Na Copa das Confederações de
1997, na Arábia Saudita, fez dupla
com Romário e levantou a taça.
No ano passado, a maior consagração, ao marcar oito gols -incluindo dois na final contra Alemanha- na vitoriosa campanha
do pentacampeonato.
Com o atacante no time, o Brasil
foi vice no Mundial-98. Apesar da
famosa crise nervosa na final,
quando praticamente não tocou
na bola, ele foi o maior artilheiro
da seleção, com quatro gols.
Quando Ronaldo foi poupado
(como na Copa das Confederações de 1999) ou estava machucado (Copa das Confederações-2001, Copa América-2001 e Olimpíada-2000), o Brasil ficou no
meio do caminho.
O aproveitamento da seleção
nos últimos anos também comprova a falta que Ronaldo faz. Em
2000 e 2001, quando o jogador do
Real viveu um calvário interminável de lesões, o Brasil ganhou 60%
dos pontos. A partir do momento
em que ele voltou, no início do
ano passado, o aproveitamento,
contando só os jogos em que ele
participou, saltou para 75%.
Para quem está no torneio da
França hoje, a seleção pode vencer sem Ronaldo. "Nós sempre
somos respeitados. O problema é
sermos campeões mundiais. Todos querem tirar uma casquinha", afirma Carlos Alberto Parreira, que nos três primeiros jogos
do ano contou com o astro em
jornadas pouco inspiradas.
"Todos querem vencer a seleção, e não o Ronaldo ou outro jogador", diz o meia Ricardinho.
O adversário do Brasil na disputa por uma vaga nas semifinais da
Copa das Confederações já sentiu
na pele o estrago que Ronaldo pode fazer. Em 2002, os turcos perderam a chance de ir à final do
Mundial por causa de um gol de
bico do atacante do Real.
Agora, a responsabilidade da
artilharia ficou com Adriano.
"Vou tentar aproveitar as oportunidades, mas ainda não posso me
comparar ao Ronaldo agora",
afirma, reverente, o atacante.
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