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São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 2003

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Brasil, que só triunfou nos últimos 10 anos com o herói do time espanhol, tem jogo decisivo hoje

Real é campeão com Ronaldo. E a seleção?

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SAINT-ÉTIENNE

Ronaldo, 26, fez dois gols e ganhou ontem, pelo Real Madrid, na Espanha, o primeiro campeonato nacional por um clube na sua vitoriosa carreira.
Hoje, em Saint-Étienne, na França, às 16h, é a vez de a seleção brasileira tentar ficar viva na Copa das Confederações-2003 e provar que pode ser campeã também mesmo sem seu maior astro.
Na rodada derradeira da primeira fase do torneio da Fifa, o Brasil precisa bater a Turquia. Se perder ou empatar, estará eliminado e vai repetir sua sina de fracassos recentes nas vezes em que jogou sem sua estrela.
O time principal do Brasil só subiu no topo do pódio de uma competição oficial nos últimos dez anos quando teve o atacante no grupo. Em 1994, na Copa dos EUA, Ronaldo triunfou mesmo como figurante, mas depois teve papel sempre de protagonista.
Nas Copas Américas de 1997 e 1999, ele foi o principal goleador do time. O Brasil foi campeão.
Na Copa das Confederações de 1997, na Arábia Saudita, fez dupla com Romário e levantou a taça.
No ano passado, a maior consagração, ao marcar oito gols -incluindo dois na final contra Alemanha- na vitoriosa campanha do pentacampeonato.
Com o atacante no time, o Brasil foi vice no Mundial-98. Apesar da famosa crise nervosa na final, quando praticamente não tocou na bola, ele foi o maior artilheiro da seleção, com quatro gols.
Quando Ronaldo foi poupado (como na Copa das Confederações de 1999) ou estava machucado (Copa das Confederações-2001, Copa América-2001 e Olimpíada-2000), o Brasil ficou no meio do caminho.
O aproveitamento da seleção nos últimos anos também comprova a falta que Ronaldo faz. Em 2000 e 2001, quando o jogador do Real viveu um calvário interminável de lesões, o Brasil ganhou 60% dos pontos. A partir do momento em que ele voltou, no início do ano passado, o aproveitamento, contando só os jogos em que ele participou, saltou para 75%.
Para quem está no torneio da França hoje, a seleção pode vencer sem Ronaldo. "Nós sempre somos respeitados. O problema é sermos campeões mundiais. Todos querem tirar uma casquinha", afirma Carlos Alberto Parreira, que nos três primeiros jogos do ano contou com o astro em jornadas pouco inspiradas.
"Todos querem vencer a seleção, e não o Ronaldo ou outro jogador", diz o meia Ricardinho.
O adversário do Brasil na disputa por uma vaga nas semifinais da Copa das Confederações já sentiu na pele o estrago que Ronaldo pode fazer. Em 2002, os turcos perderam a chance de ir à final do Mundial por causa de um gol de bico do atacante do Real.
Agora, a responsabilidade da artilharia ficou com Adriano. "Vou tentar aproveitar as oportunidades, mas ainda não posso me comparar ao Ronaldo agora", afirma, reverente, o atacante.

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