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São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 2003

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FUTEBOL

"Este cabelo me dá sorte", afirma atacante, que em 10 anos de carreira nunca havia ganho um campeonato nacional

Com visual da Copa, Ronaldo enterra tabu

France Presse
Com o mesmo corte de cabelo da Copa de 2002, Ronaldo comemora o título do Real Madrid


ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante brasileiro Ronaldo preencheu ontem um dos maiores vazios de seu currículo. Com o mesmo visual que consagrou na Copa do Mundo de 2002, o jogador marcou duas vezes na vitória do Real Madrid sobre o Athletic Bilbao, por 3 a 1, e conquistou pela primeira vez um título nacional em dez anos de carreira.
O triunfo deu ao time espanhol a 29ª conquista doméstica de sua história. Outro brasileiro, Roberto Carlos, completou o placar.
"Estou aprendendo com o tempo, sou melhor a cada dia", afirmou Ronaldo pouco após o jogo.
A exemplo do que fez antes da semifinal do Mundial, contra a Turquia, o jogador cortou o seu próprio cabelo, deixando apenas um topete na frente. O resto, raspou com máquina zero.
"Este cabelo me dá sorte. Com ele, disputei duas finais, marquei quatro gols e ganhei dois títulos", declarou o atacante.
O retrospecto de fracassos de Ronaldo em campeonatos nacionais é extenso e já teve lances dramáticos, como no ano passado, quando viu a Inter de Milão perder a taça na última rodada do Campeonato Italiano.
No Brasil, Ronaldo disputou um Brasileiro, em 1993, mas seu time, o Cruzeiro, acabou apenas na 15ª colocação. Apesar disso, sua performance chamou a atenção dos holandeses do PSV.
Contratado em 1994, ele também não conseguiu levantar a taça do Holandês. O Ajax foi campeão nas duas temporadas que ele disputou (94/95 e 95/96).
Na Espanha, onde defendeu o Barcelona entre 1996 e 1997, Ronaldo ajudou o time a conquistar a Recopa -torneio já extinto pela Uefa-, mas ficou devendo em âmbito nacional: o título ficou com o Real Madrid. "Nos tempos de Barcelona eu era mais espetacular. Hoje, sou mais eficiente", constatou o jogador.
Ronaldo também começou ganhando título na Itália (para onde se transferiu em 97). Ajudou a Inter de Milão a vencer a Copa da Uefa, em 98. E foi só.
Perseguido por duas trágicas contusões no joelho, fez apenas 17 partidas pela equipe entre a temporada 1999/2000 e a 2001/2002, quando se despediu mais uma vez sem sentir o gosto de ganhar o campeonato nacional.
Na rodada derradeira de 2002, a Inter falhou, a Juventus assegurou o troféu, e Ronaldo chorou.
Desta vez, com 23 gols, ele foi peça fundamental para o Real, mas não garantiu a artilharia: Makaay, do La Coruña, marcou 29 vezes e foi o "pichichi" (artilheiro) do certame. No início da temporada, o brasileiro tinha prometido marcar 26 gols. Faltou pouco.

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