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São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 2003

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FUTEBOL

Brasil, cujos jogos no ano têm média de 1,33 gol, busca vaga contra turcos

Entediante, seleção aceita ganhar sem dar espetáculo

DO ENVIADO A SAINT-ÉTIENNE

Não é só por uma vaga nas semifinais da Copa das Confederações que o Brasil joga hoje contra a Turquia. A partida é também uma oportunidade para a seleção acabar com o retrospecto de time nacional, entre os grandes da bola no planeta, que proporciona os jogos mais aborrecidos de 2003.
Nenhuma das sete seleções que já levantou a taça de campeão mundial faz partidas com tão poucos gols na temporada como a de Carlos Alberto Parreira.
Em seis jogos do Brasil no ano, aconteceram apenas oito gols, o que dá uma média de 1,33 por partida (menos da metade da média geral do Brasileiro-2003).
Com Parreira, o time já teve dois empates sem gols, mais que em toda a gestão de Luiz Felipe Scolari. Na Copa das Confederações, em dois jogos envolvendo o Brasil, a rede só balançou duas vezes.
Quem chega mais perto da péssima marca brasileira, entre os campeões mundiais, é a Itália (média de dois gols em seus duelos na temporada), famosa pelas suas pesadas retrancas.
O aborrecimento brasileiro acontece depois de um ano em que o país propiciou muitos gols para os fãs. Em 2002, com Scolari no comando até a conquista da Copa, os jogos da seleção tiveram, em média, 3,31 gols.
A culpa pela falta de emoção, segundo Parreira e os jogadores, é dos adversários. "Enfrentamos rivais que nos marcavam com dez jogadores", diz o treinador. "A gente quer jogar, os outros não", completa o coordenador Zagallo.
Assim, no curto prazo, não é esperada uma melhora sensível.
Para o capitão Emerson, por exemplo, ainda não chegou a hora de dar espetáculo. "Contra a Turquia, a única coisa que importa é a vitória. Ainda não temos como jogar bem, e no futebol atual o que importa é o resultado."
Opinião parecida tem Zagallo. Para ele, a seleção atual vai repetir o roteiro do time de Scolari. "Nas eliminatórias, não fomos bem. Depois, acabamos campeões."
Parreira também não espera um cenário diferente na partida de hoje. "Os turcos saem mais para o ataque, mas com a vantagem do empate também devem fazer uma forte marcação."
O time brasileiro diz ainda não esperar um rival mordido pelas duas derrotas no último Mundial. "Aquilo é passado. Esta é outra competição e com outros jogadores", afirma Parreira.
Passando pela Turquia, o Brasil tem boas chances de se encontrar com a França nas semifinais. Os donos da casa venceram ontem a Nova Zelândia e garantiram o primeiro lugar na chave. Assim, enfrentam o vice do Grupo B.
Para fugir da França, o time de Parreira precisa vencer a Turquia e torcer contra Camarões diante dos EUA. Ficando na liderança da chave, a seleção vai desafiar nas semifinais a Colômbia, que ontem despachou o Japão de Zico.
As semifinais acontecem na quinta, e a decisão será realizada no domingo.(PAULO COBOS)


NA TV - Brasil x Turquia, ao vivo, às 16h, na Globo e na Rede Vida

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