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FUTEBOL
Brasil, cujos jogos no ano têm média de 1,33 gol, busca vaga contra turcos
Entediante, seleção aceita ganhar sem dar espetáculo
DO ENVIADO A SAINT-ÉTIENNE
Não é só por uma vaga nas semifinais da Copa das Confederações que o Brasil joga hoje contra
a Turquia. A partida é também
uma oportunidade para a seleção
acabar com o retrospecto de time
nacional, entre os grandes da bola
no planeta, que proporciona os
jogos mais aborrecidos de 2003.
Nenhuma das sete seleções que
já levantou a taça de campeão
mundial faz partidas com tão
poucos gols na temporada como a
de Carlos Alberto Parreira.
Em seis jogos do Brasil no ano,
aconteceram apenas oito gols, o
que dá uma média de 1,33 por
partida (menos da metade da média geral do Brasileiro-2003).
Com Parreira, o time já teve dois
empates sem gols, mais que em
toda a gestão de Luiz Felipe Scolari. Na Copa das Confederações,
em dois jogos envolvendo o Brasil, a rede só balançou duas vezes.
Quem chega mais perto da péssima marca brasileira, entre os
campeões mundiais, é a Itália
(média de dois gols em seus duelos na temporada), famosa pelas
suas pesadas retrancas.
O aborrecimento brasileiro
acontece depois de um ano em
que o país propiciou muitos gols
para os fãs. Em 2002, com Scolari
no comando até a conquista da
Copa, os jogos da seleção tiveram,
em média, 3,31 gols.
A culpa pela falta de emoção, segundo Parreira e os jogadores, é
dos adversários. "Enfrentamos rivais que nos marcavam com dez
jogadores", diz o treinador. "A
gente quer jogar, os outros não",
completa o coordenador Zagallo.
Assim, no curto prazo, não é esperada uma melhora sensível.
Para o capitão Emerson, por
exemplo, ainda não chegou a hora de dar espetáculo. "Contra a
Turquia, a única coisa que importa é a vitória. Ainda não temos como jogar bem, e no futebol atual o
que importa é o resultado."
Opinião parecida tem Zagallo.
Para ele, a seleção atual vai repetir
o roteiro do time de Scolari. "Nas
eliminatórias, não fomos bem.
Depois, acabamos campeões."
Parreira também não espera
um cenário diferente na partida
de hoje. "Os turcos saem mais para o ataque, mas com a vantagem
do empate também devem fazer
uma forte marcação."
O time brasileiro diz ainda não
esperar um rival mordido pelas
duas derrotas no último Mundial.
"Aquilo é passado. Esta é outra
competição e com outros jogadores", afirma Parreira.
Passando pela Turquia, o Brasil
tem boas chances de se encontrar
com a França nas semifinais. Os
donos da casa venceram ontem a
Nova Zelândia e garantiram o primeiro lugar na chave. Assim, enfrentam o vice do Grupo B.
Para fugir da França, o time de
Parreira precisa vencer a Turquia
e torcer contra Camarões diante
dos EUA. Ficando na liderança da
chave, a seleção vai desafiar nas
semifinais a Colômbia, que ontem despachou o Japão de Zico.
As semifinais acontecem na
quinta, e a decisão será realizada
no domingo.(PAULO COBOS)
NA TV - Brasil x Turquia, ao
vivo, às 16h, na Globo e na
Rede Vida
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