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VÔLEI
Jogo duro
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Foi uma batalha. A vitória do
Brasil ontem, no segundo
confronto contra a Itália, comprovou a velha máxima do vôlei:
um bom saque é fundamental.
Bastou a seleção acertar o saque
para o placar virar. É claro que
todo jogo também tem seu herói,
e ontem foi Giovane.
O atacante de 32 anos entrou
no fim do segundo set no lugar de
Giba e não saiu mais do jogo. Foi
o alvo preferido dos saques italianos e deu equilíbrio à recepção.
Foi bem em todos os fundamentos: saque, bloqueio e ataque. E
por merecimento foi o autor do
último ponto do jogo.
Esses dois confrontos com os italianos mostraram que o Brasil
precisa acertar o saque. Está muito irregular. Sábado, na derrota
por 3 a 0 para a Itália, foram vinte pontos de erros nesse fundamento. E, quando o saque não
funciona, o adversário pode jogar
com velocidade. Resultado: fica
difícil ter um bom bloqueio.
Uma das diferenças entre Brasil
e Itália está no meio-de-rede. Está
certo que a seleção brasileira está
desfalcada de Gustavo, o central
mais eficiente da equipe. Mas o time ainda está acionando pouco
as jogadas de ataque pelo meio.
Rodrigão e Henrique poderiam
bater muito mais bolas.
Já a Itália joga muito com os
seus centrais, Mastrangelo e Fei.
Aliás, pela potência e eficiência, a
bola de meio do atacante Fei pode
ser até considerada de segurança.
Mais: é um time que, ao contrário
do Brasil, está errando pouco.
Ontem perdeu o jogo, mas teve 23
erros, contra 37 dos brasileiros.
O que também parecia ser um
problema para a Itália acabou se
tornando um caminho para a vitória no sábado. A contusão do levantador Vermiglio, que machucou o tornozelo esquerdo, obrigou
o técnico Gian Paolo Montali a
escalar Torre, de 2 metros e que
fez sua estréia em jogos oficiais
pela seleção.
Resultado: ficou mais difícil para o Brasil enfrentar um time com
um levantador praticamente desconhecido. E o canhoto Torre foi
bem: jogou com velocidade e ainda arriscou ataques de segunda
bola.
O certo é que a Itália, que há
quase três anos não ganha um
grande título, vai crescer com
Montali. Ele é um técnico muito
tático, respeitado pelos jogadores
e que tem um currículo vencedor.
No sábado, ele disse: "Vencemos
e vamos vencer de novo". Não
venceram de novo ontem, mas
Montali esbanja confiança.
Quem já está na boa é a surpreendente República Tcheca,
que garantiu o primeiro lugar do
Grupo D e a classificação para a
fase final na Espanha. A favorita
da chave era a França, medalha
de bronze no último Mundial.
No fim de semana também caiu
o último invicto: depois de nove
vitórias, os gigantes russos perderam para a Polônia. A Rússia já
tem vaga na fase final.
No Grupo C a sensação é a Bulgária, que no final de semana
venceu duas vezes a seleção de
Sérvia e Montenegro, atual campeã olímpica. Com isso, quem diria, é a líder da chave que também tem Holanda e Cuba. O técnico Milorad Kijac disse que o time quer mostrar que as vitórias
não foram por acaso. Vamos ver.
Rumo à Itália
O levantador Maurício deve jogar no Montichiari Padova na próxima temporada. O acerto pode ser anunciado hoje. O jogador, que na
última Superliga defendeu o Minas, volta à Itália após dez anos. Em
93, jogou no Modena. O Parma também está interessado em Maurício, mas o clube deve acertar com Meoni, um dos levantadores da
Itália. Os atacantes Kid e Joel também podem reforçar o Montichiari.
O amor
A romena Cristina Pirv, namorada do atacante Giba, ainda não decidiu em qual clube vai jogar. Se renovar com o Novara, vai ficar mais
próxima de Giba, que acertou com o Cuneo. Ela também tem proposta do Minas, mas para assinar exige seis passagens aéreas e seis
dispensas para visitar o namorado na Itália.
E-mail cidasan@uol.com.br
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