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São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 2003

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VÔLEI

Jogo duro

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Foi uma batalha. A vitória do Brasil ontem, no segundo confronto contra a Itália, comprovou a velha máxima do vôlei: um bom saque é fundamental. Bastou a seleção acertar o saque para o placar virar. É claro que todo jogo também tem seu herói, e ontem foi Giovane.
O atacante de 32 anos entrou no fim do segundo set no lugar de Giba e não saiu mais do jogo. Foi o alvo preferido dos saques italianos e deu equilíbrio à recepção. Foi bem em todos os fundamentos: saque, bloqueio e ataque. E por merecimento foi o autor do último ponto do jogo.
Esses dois confrontos com os italianos mostraram que o Brasil precisa acertar o saque. Está muito irregular. Sábado, na derrota por 3 a 0 para a Itália, foram vinte pontos de erros nesse fundamento. E, quando o saque não funciona, o adversário pode jogar com velocidade. Resultado: fica difícil ter um bom bloqueio.
Uma das diferenças entre Brasil e Itália está no meio-de-rede. Está certo que a seleção brasileira está desfalcada de Gustavo, o central mais eficiente da equipe. Mas o time ainda está acionando pouco as jogadas de ataque pelo meio. Rodrigão e Henrique poderiam bater muito mais bolas.
Já a Itália joga muito com os seus centrais, Mastrangelo e Fei. Aliás, pela potência e eficiência, a bola de meio do atacante Fei pode ser até considerada de segurança. Mais: é um time que, ao contrário do Brasil, está errando pouco. Ontem perdeu o jogo, mas teve 23 erros, contra 37 dos brasileiros.
O que também parecia ser um problema para a Itália acabou se tornando um caminho para a vitória no sábado. A contusão do levantador Vermiglio, que machucou o tornozelo esquerdo, obrigou o técnico Gian Paolo Montali a escalar Torre, de 2 metros e que fez sua estréia em jogos oficiais pela seleção.
Resultado: ficou mais difícil para o Brasil enfrentar um time com um levantador praticamente desconhecido. E o canhoto Torre foi bem: jogou com velocidade e ainda arriscou ataques de segunda bola.
O certo é que a Itália, que há quase três anos não ganha um grande título, vai crescer com Montali. Ele é um técnico muito tático, respeitado pelos jogadores e que tem um currículo vencedor.
No sábado, ele disse: "Vencemos e vamos vencer de novo". Não venceram de novo ontem, mas Montali esbanja confiança.
Quem já está na boa é a surpreendente República Tcheca, que garantiu o primeiro lugar do Grupo D e a classificação para a fase final na Espanha. A favorita da chave era a França, medalha de bronze no último Mundial.
No fim de semana também caiu o último invicto: depois de nove vitórias, os gigantes russos perderam para a Polônia. A Rússia já tem vaga na fase final.
No Grupo C a sensação é a Bulgária, que no final de semana venceu duas vezes a seleção de Sérvia e Montenegro, atual campeã olímpica. Com isso, quem diria, é a líder da chave que também tem Holanda e Cuba. O técnico Milorad Kijac disse que o time quer mostrar que as vitórias não foram por acaso. Vamos ver.

Rumo à Itália
O levantador Maurício deve jogar no Montichiari Padova na próxima temporada. O acerto pode ser anunciado hoje. O jogador, que na última Superliga defendeu o Minas, volta à Itália após dez anos. Em 93, jogou no Modena. O Parma também está interessado em Maurício, mas o clube deve acertar com Meoni, um dos levantadores da Itália. Os atacantes Kid e Joel também podem reforçar o Montichiari.

O amor
A romena Cristina Pirv, namorada do atacante Giba, ainda não decidiu em qual clube vai jogar. Se renovar com o Novara, vai ficar mais próxima de Giba, que acertou com o Cuneo. Ela também tem proposta do Minas, mas para assinar exige seis passagens aéreas e seis dispensas para visitar o namorado na Itália.

E-mail cidasan@uol.com.br

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