São Paulo, sexta-feira, 23 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasil que parece Brasil demonstra a sua eficiência

Com poucas faltas, muitos dribles e excelência nos passes, seleção envolve Japão e supera seus números anteriores

Rival mediano tem seu gol ameaçado 22 vezes, na maior ofensiva de ataque da equipe nacional, e Lúcio zera mais uma vez em faltas


DOS ENVIADOS A DORTMUND

Tocar a bola bastante e bem. Driblar muito. Marcar com lealdade. A combinação que muita gente acha impossível de ser feita em tempos de futebol de resultados foi realizada pela seleção brasileira ontem.
Com Robinho como principal fiador da mudança, o time bateu, segundo o Datafolha, três recordes da Copa-2006.
O que mais agradou a um estádio novamente com todos os lugares tomados foram as fintas. Robinho contribuiu com 14 dribles (recorde individual da partida), e o Brasil terminou a partida com 37. Só no primeiro tempo foram 30, ou mais do que a equipe conseguiu nos 90 minutos dos jogos contra Croácia (22) e Austrália (17).
Nessas partidas, o Brasil teve Adriano no lugar de Robinho. E o artilheiro de chutes fortes e estilo europeu é econômico na hora de driblar -foram apenas quatro tentativas em quase 180 minutos de bola rolando.
E a aposta na individualidade não tirou do time a característica de toques que Parreira tanto preza. Foram 600 passes, outro recorde do Mundial, assim como a maior marca do time na atual gestão do treinador.
Só que dessa vez a troca de passes não foi estéril como em outros jogos. Quase 70% deles foram no campo de ataque japonês. E muitas chances foram criadas. O Brasil finalizou 22 vezes, seu recorde no Mundial. O índice de acerto das finalizações (quase 60%) mostra que a troca de bolas foi boa dessa vez. Contra a Croácia, o time viu apenas 33% de suas conclusões na direção certa. Diante da Austrália, foi ainda pior (20%).
Contra o Japão, o Brasil também mostrou que é possível, sim, vencer sem apelar para as faltas. Em mais de 90 minutos (contando os acréscimos), os 14 atletas usados cometeram juntos apenas seis infrações, o que muitas vezes é feito por apenas um jogador numa partida.
Novamente a dupla de zaga formada por Juan e Lúcio não foi flagrada fazendo faltas. O segundo, aliás, não cometeu nenhuma infração no Mundial. Se continuar assim contra Gana, irá se igualar ao paraguaio Gamarra, que não fez uma falta nos quatro jogos que disputou pelo seu país na Copa de 98.
"Vencemos jogando no estilo brasileiro", disse Parreira, que anteontem havia dito, pelo site oficial da CBF, que, na Copa, "show é vencer".0 (EDUARDO ARRUDA, FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)


Texto Anterior: Peso irrita Moraci, que irrita Ronaldo
Próximo Texto: Saiba mais: Quadrado faz virada inédita na sua história
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.