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Brasil que parece Brasil demonstra a sua eficiência
Com poucas faltas, muitos dribles e excelência nos passes,
seleção envolve Japão e supera seus números anteriores
Rival mediano tem seu gol
ameaçado 22 vezes, na
maior ofensiva de ataque
da equipe nacional, e Lúcio
zera mais uma vez em faltas
DOS ENVIADOS A DORTMUND
Tocar a bola bastante e bem.
Driblar muito. Marcar com
lealdade. A combinação que
muita gente acha impossível de
ser feita em tempos de futebol
de resultados foi realizada pela
seleção brasileira ontem.
Com Robinho como principal fiador da mudança, o time
bateu, segundo o Datafolha,
três recordes da Copa-2006.
O que mais agradou a um estádio novamente com todos os
lugares tomados foram as fintas. Robinho contribuiu com 14
dribles (recorde individual da
partida), e o Brasil terminou a
partida com 37. Só no primeiro
tempo foram 30, ou mais do
que a equipe conseguiu nos 90
minutos dos jogos contra Croácia (22) e Austrália (17).
Nessas partidas, o Brasil teve
Adriano no lugar de Robinho. E
o artilheiro de chutes fortes e
estilo europeu é econômico na
hora de driblar -foram apenas
quatro tentativas em quase 180
minutos de bola rolando.
E a aposta na individualidade
não tirou do time a característica de toques que Parreira tanto
preza. Foram 600 passes, outro
recorde do Mundial, assim como a maior marca do time na
atual gestão do treinador.
Só que dessa vez a troca de
passes não foi estéril como em
outros jogos. Quase 70% deles
foram no campo de ataque japonês. E muitas chances foram
criadas. O Brasil finalizou 22
vezes, seu recorde no Mundial.
O índice de acerto das finalizações (quase 60%) mostra que a
troca de bolas foi boa dessa vez.
Contra a Croácia, o time viu
apenas 33% de suas conclusões
na direção certa. Diante da
Austrália, foi ainda pior (20%).
Contra o Japão, o Brasil também mostrou que é possível,
sim, vencer sem apelar para as
faltas. Em mais de 90 minutos
(contando os acréscimos), os 14
atletas usados cometeram juntos apenas seis infrações, o que
muitas vezes é feito por apenas
um jogador numa partida.
Novamente a dupla de zaga
formada por Juan e Lúcio não
foi flagrada fazendo faltas. O segundo, aliás, não cometeu nenhuma infração no Mundial. Se
continuar assim contra Gana,
irá se igualar ao paraguaio Gamarra, que não fez uma falta
nos quatro jogos que disputou
pelo seu país na Copa de 98.
"Vencemos jogando no estilo
brasileiro", disse Parreira, que
anteontem havia dito, pelo site
oficial da CBF, que, na Copa,
"show é vencer".0
(EDUARDO ARRUDA, FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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