São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2007

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ATLETISMO

Primeiro dia coroa a diversidade no pódio

Brasil e mais cinco países conquistam medalhas

ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O esporte mais "democrático" do Pan estreou ontem festejando as glórias de países periféricos. O Equador terminou o primeiro dia do atletismo nos Jogos do Rio na liderança do quadro de medalhas (um ouro e duas pratas). Os EUA, por sua vez, nem subiram ao pódio.
El Salvador comemorou muito seu primeiro ouro em Pans, com Cristina López, na marcha de 20 km. O Brasil, por sua vez, obteve uma prata e um bronze na maratona, com Márcia Narloch e Sirlene Pinho.
Hoje, serão inauguradas as provas de pista no estádio João Havelange. O atletismo é o esporte que distribuiu medalhas a mais países em Pans.
Das 39 nações que haviam subido ao pódio até o início dos Jogos, 33 foram premiadas no atletismo -19 levaram o ouro. O levantamento de peso vem a seguir, com 26 países.
As provas de rua de espelharam isso. Na marcha de 20 km, Cristina López e a boliviana Geovana Irusta lutaram pelo título até o final. Quem ganhasse levaria o primeiro ouro da história de seu país.
Geovana chegou a conceder entrevista como vice-campeã antes de sofrer nova decepção: fora desclassificada por ter tirado três vezes os dois pés do chão, o que não é permitido.
"Em 15 anos de marcha, isso nunca tinha me acontecido", afirmou, desolada, a boliviana.
Perto dali, Cristina recebia, por telefone, felicitações do presidente salvadorenho, Elías Antonio Saca. Mas, sua preocupação era com a filha, Monica Michelle, que está com câncer, e quase a fez desistir do Pan.
"Essa medalha é importante para mim e para o meu país."
Festa semelhante faziam os equatorianos na arquibancada.
Jefferson Pérez, único campeão olímpico da história do Equador, venceu a marcha masculina em 1h22min08s, sendo escoltado por Jaime Saquipay, seu parceiro de treinos.
"Acho que é a primeira vez na história que o Equador lidera o atletismo no Pan. Espero que ganhemos mais medalhas."
Mário dos Santos Jr. ficou em quarto. Mesma posição de Tania Spindler no feminino.
Na maratona, Márcia Narloch alternou posição com Mariela González. Em Santo Domingo-03, ela venceu a cubana. Ontem, foi a vez da caribenha.
"Não treinei nos últimos 15 dias por causa de uma lesão no nervo ciático. Pensei até em desistir", contou ela, 38, que já pensa em deixar as pistas.
Todas as atletas passaram mal após a chegada devido ao forte calor. Duas vomitaram.
Hoje a diversidade deve ser vista de novo. Haverá quatro finais com o Brasil em busca do primeiro ouro. As chances estão no salto com vara (Fabiana Murer), 10.000 m (Ednalva Laureano e Lucélia Peres) e 5.000 m (Marilson dos Santos).


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