Com bom desempenho no Pan, atletas miram exterior

DA SUCURSAL DO RIO

Sem esperanças de o futebol feminino emplacar no Brasil, as jogadoras da seleção vão ter hoje a penúltima oportunidade de usar o Pan como trampolim para deixar o país. A partir das 15h, o time comandado por Marta vai enfrentar o México na disputa pela vaga na final do torneio. O jogo será o segundo das mulheres no Maracanã.
Apesar do sucesso do time no Pan, as jogadoras não escondem que buscam o caminho do aeroporto após os Jogos. Só metade das convocadas atua no país, que não tem clubes nem liga profissional. Elas acreditam que só uma transferência imediata para o exterior dará estabilidade para suas carreiras
"Sei que nada vai mudar no Brasil [depois dos Jogos]. Já conseguimos medalhas, títulos e nada mudou. O bom do Pan é que podemos conseguir bons contratos", disse a goleira Bárbara Barbosa.
A meia Formiga, já recebeu uma proposta do futebol norte-americano e deverá ser a primeira a deixar o país .
"O sonho é ver o futebol crescer no país e vivermos dele aqui. Mas a realidade é bem diferente. A saída para os Estados Unidos será ótima"", disse a jogadora. Ela joga no Saad, de São Paulo, mas tem de disputar torneios de futsal no Pará para garantir "uma renda regular".
"O futebol é minha paixão. Já fiquei até quatro anos sem ver minha família por causa da dificuldade de comprar uma passagem aérea. Mas adoraria ter mais tranqüilidade na minha vida com a ajuda do futebol", acrescentou a meia baiana.
O jogo de hoje deverá ter público recorde no país para o futebol feminino. Na sexta, quando a seleção venceu o Canadá, por 7 a 0, os organizadores estimaram que cerca de 20 mil pessoas assistiram à partida. No dia seguinte, cerca de 60 mil pessoas assistiram à eliminação do time masculino.
Eleita melhor jogadora do mundo pela Fifa, a meia Marta é a principal atração da partida. No último jogo, ela fez cinco gols no Maracanã. Com a marca, tornou-se a atleta que mais marcou gols no principal palco do futebol brasileiro em apenas uma partida.


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