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BASQUETE
Para técnico, Olimpíada começa apenas agora, longe das temíveis americanas
Brasil assume marmelada e escala reservas para cair diante da Austrália
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
Brasil e Austrália costumam fazer duelos equilibrados no basquete, só decididos nos últimos
minutos. Ontem foi diferente.
A seleção feminina perdeu por
18 pontos (84 a 66) e não ameaçou
as rivais após o primeiro quarto.
Mas conseguiu o objetivo de ficar
em terceiro lugar no Grupo A do
torneio olímpico e evitar um confronto prematuro contra as norte-americanas logo na semifinal.
Agora, a equipe volta à quadra
na quarta-feira, para enfrentar a
Espanha, pelas quartas-de-final.
Para adiar ao máximo o duelo
contra os EUA, que não perde
desde 1994 e é considerado o time
imbatível desta Olimpíada, o Brasil precisaria fugir da segunda colocação em sua chave.
As alternativas eram acabar em
primeiro ou terceiro lugar. No caso inicial, a seleção teria a difícil
missão de derrotar a Austrália, vice-campeã olímpica, por 15 pontos de diferença. Para ficar em terceiro, bastaria a derrota.
"Foi uma partida atípica. Não é
normal um jogo entre Brasil e
Austrália terminar com essa vantagem. Acho que nossa equipe teve um aproveitamento ruim nos
arremessos de quadra [37%]. Precisamos melhorar nesse fundamento", analisou o técnico Antonio Carlos Barbosa.
Foi a maior diferença a favor das
australianas em todos os confrontos entre as duas equipes em
Olimpíadas ou Mundiais. Agora,
o time da Oceania possui sete vitórias e só duas derrotas contra as
brasileiras nessas competições.
Ontem, a seleção só equilibrou o
primeiro quarto, encerrado com
vitória nacional por 21 a 20.
A primeira etapa, porém, já terminou com as australianas na
frente (40 a 35). Sem interesse em
desgastar as titulares, Barbosa colocou as reservas para jogar a
maior parte do segundo tempo.
Assim, foram deixando a quadra, sucessivamente, Iziane, Helen, Alessandra, Cíntia Tuiú e Janeth, a última a sair. Barbosa deu
oportunidade a todo o banco, incluindo Vivian, Karla e Silvinha,
que têm atuado pouco.
Após a partida, Alessandra ouviu uma jornalista lhe perguntar
se havia sentido alguma lesão no
segundo tempo. "Não", foi a resposta, constrangida, da pivô.
"É lógico que toda jogadora
gosta de estar na quadra. Mas foi
uma opção do treinador."
Janeth, maior estrela da equipe,
nem quis dar entrevista. A ala havia defendido abertamente que o
time deveria jogar ontem com o
regulamento nas mãos.
Tendo atuado cinco minutos a
menos do que nas outras partidas,
a ala também teve queda em sua
produção ofensiva. Com média
de 19,3 pontos por jogo, anotou
apenas dez ontem. Bem marcada,
acertou somente cinco de seus 16
arremessos. A cestinha do jogo foi
a ala Lauren Jackson, com 24 pontos. Helen foi a maior pontuadora
do Brasil, com 16.
"Não ia desgastar minhas jogadoras em uma partida que não valia muita coisa. Elas descansaram
e, por outro lado, coloquei as outras atletas para ganhar ritmo. É
agora que realmente começa o
campeonato", disse o técnico.
Apesar da oportunidade recebida, as reservas não impressionaram Barbosa. "Elas foram bem,
mas nenhuma se destacou."
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