São Paulo, segunda-feira, 23 de agosto de 2004

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BASQUETE

Para técnico, Olimpíada começa apenas agora, longe das temíveis americanas

Brasil assume marmelada e escala reservas para cair diante da Austrália

ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

Brasil e Austrália costumam fazer duelos equilibrados no basquete, só decididos nos últimos minutos. Ontem foi diferente.
A seleção feminina perdeu por 18 pontos (84 a 66) e não ameaçou as rivais após o primeiro quarto. Mas conseguiu o objetivo de ficar em terceiro lugar no Grupo A do torneio olímpico e evitar um confronto prematuro contra as norte-americanas logo na semifinal.
Agora, a equipe volta à quadra na quarta-feira, para enfrentar a Espanha, pelas quartas-de-final.
Para adiar ao máximo o duelo contra os EUA, que não perde desde 1994 e é considerado o time imbatível desta Olimpíada, o Brasil precisaria fugir da segunda colocação em sua chave.
As alternativas eram acabar em primeiro ou terceiro lugar. No caso inicial, a seleção teria a difícil missão de derrotar a Austrália, vice-campeã olímpica, por 15 pontos de diferença. Para ficar em terceiro, bastaria a derrota.
"Foi uma partida atípica. Não é normal um jogo entre Brasil e Austrália terminar com essa vantagem. Acho que nossa equipe teve um aproveitamento ruim nos arremessos de quadra [37%]. Precisamos melhorar nesse fundamento", analisou o técnico Antonio Carlos Barbosa.
Foi a maior diferença a favor das australianas em todos os confrontos entre as duas equipes em Olimpíadas ou Mundiais. Agora, o time da Oceania possui sete vitórias e só duas derrotas contra as brasileiras nessas competições.
Ontem, a seleção só equilibrou o primeiro quarto, encerrado com vitória nacional por 21 a 20.
A primeira etapa, porém, já terminou com as australianas na frente (40 a 35). Sem interesse em desgastar as titulares, Barbosa colocou as reservas para jogar a maior parte do segundo tempo.
Assim, foram deixando a quadra, sucessivamente, Iziane, Helen, Alessandra, Cíntia Tuiú e Janeth, a última a sair. Barbosa deu oportunidade a todo o banco, incluindo Vivian, Karla e Silvinha, que têm atuado pouco.
Após a partida, Alessandra ouviu uma jornalista lhe perguntar se havia sentido alguma lesão no segundo tempo. "Não", foi a resposta, constrangida, da pivô.
"É lógico que toda jogadora gosta de estar na quadra. Mas foi uma opção do treinador."
Janeth, maior estrela da equipe, nem quis dar entrevista. A ala havia defendido abertamente que o time deveria jogar ontem com o regulamento nas mãos.
Tendo atuado cinco minutos a menos do que nas outras partidas, a ala também teve queda em sua produção ofensiva. Com média de 19,3 pontos por jogo, anotou apenas dez ontem. Bem marcada, acertou somente cinco de seus 16 arremessos. A cestinha do jogo foi a ala Lauren Jackson, com 24 pontos. Helen foi a maior pontuadora do Brasil, com 16.
"Não ia desgastar minhas jogadoras em uma partida que não valia muita coisa. Elas descansaram e, por outro lado, coloquei as outras atletas para ganhar ritmo. É agora que realmente começa o campeonato", disse o técnico.
Apesar da oportunidade recebida, as reservas não impressionaram Barbosa. "Elas foram bem, mas nenhuma se destacou."


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