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TOSTÃO
O gol não é um detalhe
A falta de qualidade e de mais atacantes são alguns dos motivos da baixa média de gols, como vimos na Copa
A
MODA na Copa do Mundo,
que chegou com força no Brasil, é atuar com apenas um
atacante. Umas das razões disso é a
escassez de grandes jogadores nessa
posição em todo o mundo, principalmente no Brasil. Obina não é ainda melhor do que o Eto'o, como grita
o torcedor do Flamengo.
Outro motivo de se atuar apenas
com um atacante, como vimos bastante na Copa, é que muitos técnicos
não abrem mão de ter uma linha de
quatro armadores. Por isso, os treinadores da França e da Itália escalaram Zidane e Totti próximos de um
único atacante, em vez de colocá-los
na linha de quatro no meio-campo,
onde teriam obrigação de marcar.
Muitos técnicos brasileiros têm
feito o mesmo, escalando um ou dois
meias e mais um atacante. Mas Edmundo e Juninho no Palmeiras, Roger e Carlos Alberto no Corinthians,
e tantos outros, não fazem parte da
linha de meio-campo.
Por isso, como Paulo Vinicius
Coelho já disse umas mil vezes, não
é correto dizer que esses times
atuam no 3-6-1. Eles jogam no 3-4-2-1 ou no 3-4-3, já que esses meias
atuam próximos do gol.
As coisas vão e voltam, muitas vezes disfarçadas. Na Copa de 2002, o
Brasil também jogou com dois
meias ofensivos (Ronaldinho e Rivaldo) e um centroavante (Ronaldo). Ninguém falava no 3-6-1.
Outra moda na Europa que chegou ao Brasil -essa transferência de
conhecimentos deveria ser daqui
para fora- é o esquema com um
centroavante e dois jogadores pelos
lados, sem posições fixas, que atacam e ajudam na marcação.
São três ou apenas um atacante?
Assim atuam o Barcelona e a seleção
de Portugal. Os técnicos gostam de
dizer que um time pode ser bastante
ofensivo com apenas um atacante. É
verdade, desde que muitos outros
jogadores cheguem com freqüência
e com qualidade ao ataque.
Quem está próximo do gol rival é
atacante. Mas não é o que vimos na
Copa da Alemanha e o que vemos no
atual Campeonato Brasileiro.
Essa falta de qualidade e de mais
atacantes, além de outras razões ditas pela Soninha na coluna de ontem, são alguns dos motivos da baixa
média de gols. Na Copa, só foi inferior à do Mundial de 90, quando a vitória valia dois pontos. No Brasileiro, a média atual é a menor desde 95.
A da Libertadores deste ano foi a
mais baixa desde 88.
Como já escreveu Fernando Calazans, sempre que um time está perdendo e jogando com apenas um
atacante, os técnicos colocam mais
jogadores no ataque. Isso mostra
que eles não têm convicção quando
dizem que a equipe será ofensiva
com apenas um atacante. A prática
desmente a teoria.
Confusão
A confusão no Corinthians continua com várias versões.
As declarações irônicas do Leão
em relação aos argentinos, a retirada do cargo de capitão do Tevez e a
tentativa do técnico de proibir o jogador de atuar pela seleção argentina certamente irritaram o atleta.
Eu também ficaria irritado. Mas isso foi causa, pretexto ou as duas
coisas para o Tevez ir embora? Por
qualquer motivo, ele está errado
por descumprir o contrato.
A cada dia fica mais evidente que
a MSI só não negociou o Tevez porque as propostas foram menores
do que foi investido. Kia deve ter levado um puxão de orelhas do poderoso chefão.
Mesmo atuando com a garra de
sempre e independentemente do
Leão, Tevez quer ir embora porque
deseja brilhar em um dos grandes
times da Europa. Com exceção do
fenômeno Rogério Ceni, todos os
jogadores brasileiros sonham com
isso. Apesar de não ter nenhuma
simpatia por argentinos, o técnico
Leão vai sentir muita falta do jogador Tevez.
tostao.folha@uol.com.br
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