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Prefeitura de SP e empresa negam irregularidades
da Reportagem Local
A Secretaria Municipal de Esportes rechaçou a suspeita de que
a licitação ajude a Target, ainda
que de maneira não intencional.
A Procuradoria da secretaria
afirmou à Folha que a definição
de tamanhos dos painéis é uma
exigência das leis federal (8.666/
93) e municipal (10.544/88) sobre
licitações. Ambas afirmam que o
edital de licitação precisa conter
""o objeto da licitação, em forma
sucinta e clara".
A procuradora da secretaria, Ermelinda Biselli Monteiro, enviou
por meio de sua equipe, um bilhete sustentando essa tese.
No seu raciocínio, os painéis e,
não apenas o espaço do estádio
que a Prefeitura quer disponibilizar para exploração publicitária,
são objeto da licitação.
O engenheiro-chefe da Secretaria Municipal de Esportes, Inácio
Solowiejczyk, afirmou que a exigência do tamanho de 3 m x 0,9 m
foi motivada por questões de segurança, para evitar que elas se
deslocassem por causa do vento.
O mesmo argumento foi usado
por Ivan Borges, proprietário da
Target, vencedora da licitação.
Segundo Solowiejczyk, apesar
de o edital exigir esse tamanho de
forma aproximada, placas bem
maiores seriam aceitas.
Solowiejczyk alegou que, como
não existem estudos sobre qual é
o tamanho mínimo, ele se baseou
na experiência.
""Essa eu sei que não se desloca.
As outras eu não sei. Não vou correr risco." Para ele, painéis menores são mais vulneráveis ao vento.
Solowiejczyk admitiu porém
que o peso, e não o tamanho, é a
característica mais importante de
um objeto para torná-lo resistente. Aliás, quanto maior a área,
mais efeito do vento um objeto
sofre. Apesar disso, não só não fez
nenhuma restrição acerca do peso, como admitiu que não sabia o
peso do painel que usou como
modelo para a licitação.
Solowiejczyk argumentou que
todos os painéis são feitos do
mesmo material, sendo os menores também mais leves.
Ele rejeitou a tese de que a exigência de tamanho significa favorecimento. Segundo ele, isso só
aconteceria se a exigência fosse
mais específica, envolvendo a
marca do fabricante.
A procuradora Selma Moreira
Santos Abreu Félix disse que o
prazo de cinco dias para a instalação do equipamento, sob pena de
punição, foi colocado porque tinha que se fixar um prazo. "Foi
feita uma pesquisa de mercado
com quatro agências para aferir o
valor mínimo da licitação."
Como evidência da boa fé da secretaria, Selma disse que a licitação aceitou até um recurso fora
do prazo. ""A Área Marketing enviou o recurso dois dias antes do
fim da licitação, quando a lei estabelece que o mínimo é cinco
dias", afirma a procuradora, desconsiderando que o próprio texto
da licitação redigida pela secretaria dá como prazo dois dias.
A Folha tentou falar cinco vezes
com o secretário municipal de Esportes, Fausto Camunha, mas foi
informada que ele não poderia
atender à reportagem.
(MD e FM)
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