São Paulo, sábado, 23 de setembro de 2000

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Tudo bem?

Ormuzd Alves/Folha Imagem
O brasileiro Loyola lamenta o erro de recepção que custou a eliminação de sua dupla, uma das favoritas ao ouro, nas oitavas-de-final do torneio olímpico de vôlei de praia



Com tropeço no vôlei de praia, revés na estréia do tênis e derrota no basquete, Brasil constata que não pode mais cometer erros se quiser superar a campanha de Atlanta-96


Tudo bem. Mas tem que tomar cuidado. Em seu pior dia nesta Olimpíada, o Brasil viu duas promessas de medalhas serem dizimadas.
Em Bondi Beach, a dupla Emanuel-Loyola, campeã mundial de vôlei de praia, perdeu para os espanhóis Javier Bosma e Fabio Diez e está fora dos Jogos.
No Parque Olímpico, Gustavo Kuerten e Jaime Oncins caíram já na primeira rodada do torneio de duplas diante dos canadenses Sebastien Lareau e Daniel Nestor.
Para completar , o Brasil, medalha de prata em Atlanta, perdeu no torneio feminino de basquete para a França e complicou seu caminho para um eventual pódio.
Com meia Olimpíada, o país somou três medalhas -duas de prata, no judô, e uma de bronze, na natação. Parece pouco quando comparado ao desempenho de 1996, quando as duas modalidades levaram cinco medalhas.
Parece bem pouco, aliás, para superar o total de 15 medalhas que a delegação conseguiu nos EUA, o recorde histórico do país, objetivo primordial do Comitê Olímpico Brasileiro na Austrália.
Agora, a receita para a segunda semana em Sydney é tão simples como drástica: os favoritos bra-sileiros precisam ganhar suas medalhas, sem falhas.
A reação pode ter começado nesta madrugada, quando as duplas Adriana Behar-Shelda e Adriana-Sandra disputariam as quartas-de-final no vôlei de praia.
As semifinais aconteceriam horas depois, o que, no melhor cenário, produziria uma final brasileira -leia-se, ouro e prata garantidos por antecipação.
Na disputa ainda por 48 finais, o Brasil, para bater seu recorde, terá que obter no mínimo mais 13 medalhas -ou 11, se as meninas da areia tiverem arrebentado.
Algumas são consideradas certas, como a de Robert Scheidt, no iatismo, e a de Rodrigo Pessoa, no hipismo. Existem boas chances em outros esportes. E, claro, surpresas podem acontecer. Mas, em boa parte das modalidades que ainda disputa, o Brasil prevê ganhar no máximo experiência.
Ou seja, o país ainda tem bala para gastar. Mas não pode mais errar o alvo.


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