São Paulo, sábado, 23 de setembro de 2000

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VÍDEO GAMES
Em Sydney, o homem é meio e mensagem

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL FC

Cathy Freeman dispara em uma prova das eliminatórias dos 400 m no atletismo. Ao lado dela, correm outras atletas e uma câmera.
A imagem é fantástica: toda de vermelho, a aborígene desfila no vídeo sua técnica e a marca do fabricante de material esportivo, colada em seu corpo esguio.
Quanto vale o show? Difícil precisar, mas, diante do que vem ocorrendo nos Jogos de Sydney, muito mais do que os ortodoxos da publicidade ousaram um dia pensar.
Estudo das principais agências de publicidade dos EUA apontam que o corpo dos atletas será no futuro o mais rentável meio de marketing, único com capacidade de mostrar marcas em TVs, jornais e Internet, além de associá-la à mensagem de saúde e ação.
Os atletas sabem. Os australianos estão tatuando em braços e coxas símbolos do país ou do seu agrado pessoal. Sob agrado pessoal se abrigam uma infinidade de signos. E se eles gostarem de Nike?
Enquanto isso, no mundo ocidental capitalista, o fuso horário australiano empurra para baixo os índices de audiência da TV e complica a vida dos patrocinadores das transmissões.
A NBC, dona dos direitos de TV dos Jogos nos EUA, já estuda dar um bônus aos patrocinadores se os índices continuarem abaixo do esperado.
Na Austrália, os telespectadores estão revoltados com a cobertura do Canal 7 (Channel 7) dos Jogos de Sydney.
O principal motivo da reclamação é que nem todas as disputas da natação foram transmitidas ao vivo.
As provas deram lugar aos comerciais. Resultado: prejuízo institucional para as marcas e para a emissora.


EM FOCO
O início das provas do atletismo começou a tirar da UTI a audiência dos Jogos nos EUA.




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