São Paulo, sábado, 23 de setembro de 2000

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Ingressos de cambistas são mais seguros

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY

Pelo menos dos cambistas você sabe o que está comprando. É isso o que pensam alguns australianos, especialmente aqueles que compraram ingressos com mais de um ano de antecedência e não receberam os que pediram.
No ano passado, houve um boom de reclamações contra o Socog -comitê organizador de Sydney-, quando foi anunciado que algumas das entradas compradas pelo povo australiano não poderiam ser entregues. O motivo? Tinham sido dadas aos membros da família olímpica -dirigentes do COI, políticos, patrocinadores, amigos, parentes...
Não foi difícil achar casos de pessoas que tinham comprado um ingresso para o tênis e receberam um do boxe. Como se quem gosta de tênis fosse obrigado a gostar de boxe.
A revolta contra o Socog aumentou nesta semana quando os mesmos cidadãos que compraram entradas há mais de um ano perceberam que poderiam pagar menos se negociassem com cambistas. Além de darem descontos, eles não vendem um ingresso de tênis para depois entregar um de boxe.
Há ingressos sendo vendidos por menos da metade de seu valor de face. Como? Graças, principalmente, ao Comitê Olímpico Norte-Americano, que aproveitou os ingressos não negociados nos EUA para entregar aos cambistas. Vendidas na última hora, as entradas, que deveriam ter sido devolvidas ao Socog, dão mais um dinheirinho aos já endinheirados americanos.
Entre não ganhar nada, devolvendo-as ao Socog, e faturar 70% do preço pelo qual o cambista vender, eles optaram pela segunda opção. Aos cambistas, que ganham em média US$ 250 por dia, fica 30%.


EM FOCO
Os comitês de Rússia, Espanha, Venezuela e Suíça também repassaram suas entradas aos cambistas. O brasileiro, não.




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