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Ingressos de cambistas são mais seguros
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY
Pelo menos dos cambistas você sabe o que está
comprando. É isso o que pensam alguns australianos, especialmente aqueles que compraram ingressos com mais de
um ano de antecedência e não
receberam os que pediram.
No ano passado, houve um
boom de reclamações contra o
Socog -comitê organizador
de Sydney-, quando foi
anunciado que algumas das
entradas compradas pelo povo
australiano não poderiam ser
entregues. O motivo? Tinham
sido dadas aos membros da família olímpica -dirigentes do
COI, políticos, patrocinadores,
amigos, parentes...
Não foi difícil achar casos de
pessoas que tinham comprado
um ingresso para o tênis e receberam um do boxe. Como se
quem gosta de tênis fosse obrigado a gostar de boxe.
A revolta contra o Socog aumentou nesta semana quando
os mesmos cidadãos que compraram entradas há mais de
um ano perceberam que poderiam pagar menos se negociassem com cambistas. Além de
darem descontos, eles não vendem um ingresso de tênis para
depois entregar um de boxe.
Há ingressos sendo vendidos
por menos da metade de seu
valor de face. Como? Graças,
principalmente, ao Comitê
Olímpico Norte-Americano,
que aproveitou os ingressos
não negociados nos EUA para
entregar aos cambistas. Vendidas na última hora, as entradas, que deveriam ter sido
devolvidas ao Socog, dão mais
um dinheirinho aos já endinheirados americanos.
Entre não ganhar nada, devolvendo-as ao Socog, e faturar 70% do preço pelo qual o
cambista vender, eles optaram
pela segunda opção. Aos cambistas, que ganham em média
US$ 250 por dia, fica 30%.
EM FOCO
Os comitês de Rússia, Espanha,
Venezuela e Suíça também repassaram suas entradas aos cambistas. O brasileiro, não.
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