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FUTURAMA
Socog gastou US$ 30 mi em elefante branco
MARCELO DIEGO
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY
Um relatório privado
circulou ontem pelas sucursais das redações de jornais
australianos instaladas no
Parque Olímpico.
Nele, duas constatações: o
sistema de comunicação usado pelo Socog custou US$ 4 milhões a mais do que deveria (a
conta foi de US$ 30 milhões) e
tudo vai para o lixo.
O Socog é o comitê organizador da Olimpíada. O documento foi assinado pela Amos
Aked Swift (AAS), uma empresa de consultoria privada, e
encaminhado ao governo. Ele
diz que o sistema de transmissão de dados (por rádio e telefonia móvel) escolhido é um
elefante branco.
O sistema permite a comunicação e integração de 13 mil
membros da organização, como policiais e controladores de
trânsito. O contrato foi assinado utilizando a tecnologia conhecida como Astro, desenvolvida pela norte-americana
Motorola. Quem perdeu a parada foi a Telstra, que desenvolveu um formato baseado
no europeu (as ondas de transmissão são diferentes).
O modelo americano foi escolhido em junho, e a justificativa é que ele era compatível
com o GRN, a rede de comunicações dos Jogos. O que descobriram agora é que o sistema
da Telstra também funciona
com o GRN, e o governo escondeu isso. Pior: para que o modelo da Motorola não seja jogado no lixo depois do dia 1º
de outubro, será preciso colocar mais US$ 59 milhões para
adaptá-lo aos outros meios de
comunicação australianos.
O Socog mantém sua opinião e diz que foi fundamentada em pareceres técnicos. Mas
não vai pagar a conta. Depois
da Olimpíada, todos jogarão
seus rádios no lixo.
EM FOCO
A Samsung, companhia sul-coreana que pagou US$ 50 milhões
para ser patrocinadora dos Jogos
Olímpicos, votou a favor da Telstra. Foi voto vencido.
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