São Paulo, sábado, 23 de setembro de 2000

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FUTURAMA
Socog gastou US$ 30 mi em elefante branco

MARCELO DIEGO
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY

Um relatório privado circulou ontem pelas sucursais das redações de jornais australianos instaladas no Parque Olímpico.
Nele, duas constatações: o sistema de comunicação usado pelo Socog custou US$ 4 milhões a mais do que deveria (a conta foi de US$ 30 milhões) e tudo vai para o lixo.
O Socog é o comitê organizador da Olimpíada. O documento foi assinado pela Amos Aked Swift (AAS), uma empresa de consultoria privada, e encaminhado ao governo. Ele diz que o sistema de transmissão de dados (por rádio e telefonia móvel) escolhido é um elefante branco.
O sistema permite a comunicação e integração de 13 mil membros da organização, como policiais e controladores de trânsito. O contrato foi assinado utilizando a tecnologia conhecida como Astro, desenvolvida pela norte-americana Motorola. Quem perdeu a parada foi a Telstra, que desenvolveu um formato baseado no europeu (as ondas de transmissão são diferentes).
O modelo americano foi escolhido em junho, e a justificativa é que ele era compatível com o GRN, a rede de comunicações dos Jogos. O que descobriram agora é que o sistema da Telstra também funciona com o GRN, e o governo escondeu isso. Pior: para que o modelo da Motorola não seja jogado no lixo depois do dia 1º de outubro, será preciso colocar mais US$ 59 milhões para adaptá-lo aos outros meios de comunicação australianos.
O Socog mantém sua opinião e diz que foi fundamentada em pareceres técnicos. Mas não vai pagar a conta. Depois da Olimpíada, todos jogarão seus rádios no lixo.


EM FOCO
A Samsung, companhia sul-coreana que pagou US$ 50 milhões para ser patrocinadora dos Jogos Olímpicos, votou a favor da Telstra. Foi voto vencido.




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