São Paulo, terça-feira, 23 de outubro de 2001

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FUTEBOL

Com 3 jogos em 3 meses, atleta ganhou até agora R$ 1,8 mil por minuto

Para Palmeiras, Donizete cria caso para forçar saída

JOÃO CARLOS BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O clima para Donizete está muito ruim com a direção do Palmeiras. Os dirigentes acreditam que o atleta, que ganhou até agora cerca de R$ 1,8 mil por minuto jogado, tem criado caso para forçar sua saída e voltar a atuar no Rio.
O clube acha que a intenção do atacante é ter mais facilidade para tocar o time que comprou, o Volta Redonda-RJ. Além disso, caso o Palmeiras o dispense antes do final do contrato de dois anos, terá de pagar a multa rescisória.
Para a direção, ele aceitou ganhar menos em São Paulo para conseguir que o Botafogo-RJ, sua ex-equipe, lhe pagasse uma dívida. Com a transferência, o clube carioca deixou de ter que pagar o salário do atleta, de R$ 140 mil.
Agora, o atacante recebe a metade disso. Porém, o Palmeiras não engole os problemas criados pelo jogador. Primeiro, avalia que ele tem feito ""corpo mole", ao valorizar lesão sofrida na estréia.
Isso ficou flagrante para os dirigentes a partir do episódio contra o Goiás, em 25 de agosto, quando Donizete discutiu com o médico Rubens Sampaio na beira do gramado e não entrou sob a alegação de que não estava em condição.
Depois, no terceiro jogo seguinte, contra o São Caetano, teve de praticamente ser obrigado a aceitar substituir Flávio. A direção acredita que ele não queria estrear no Brasileiro para ainda poder defender o Botafogo-RJ no torneio.
Por último, veio a reclamação sobre atraso de salário no Palmeiras. No dia seguinte, o atleta foi ameaçado de ser mandado embora por justa causa e resolveu pedir desculpa pelo que havia falado.
O clube realmente parou de pagar premiações ao atacante e tem utilizado isso como represália por ele não estar em atividade.
O jogador atuou até agora cerca de 120 minutos desde o início da campanha palmeirense neste semestre, há três meses. Como ganha R$ 70 mil mensais, ele faturou R$ 1.750 por minuto em campo.
Em suas três partidas, nenhuma completa, marcou um gol. Ainda foi alvo de acusação de boemia da organizada Mancha Alviverde.
Com todos esses problemas, os dirigentes estão propensos a fazer o que acham que Donizete quer e dispensá-lo até o final do ano.
O atleta alega que só agora se sente recuperado de sua contusão muscular, sofrida no dia 25 de julho, em sua estréia no Palmeiras, contra a Universidad de Chile.
Clinicamente, ele já estava liberado pelo departamento médico havia dois meses, mas dizia que ainda não se sentia confiante.
""Eu quis voltar logo, não estava legal e me ferrei. Agora, eu já estou bom para voltar", afirmou.
Da transferência, o atacante relata que foi ele quem perdoou o que o Botafogo-RJ lhe devia para poder acertar com o Palmeiras.
Também conta que aceitou ganhar menos porque sempre sonhou em atuar no time paulista.
Além de Donizete, o clube tem enfrentado problemas com quase todos os reforços para o semestre. No segundo jogo do período, em 28 de julho, Misso se contundiu e só retornou em 16 de setembro.
Rovílson se lesionou no último dia 6 e só voltará a jogar no próximo ano. Edmílson chegou fora de forma em julho e só estreou no último dia 10. Domingos, então, nem atuou e já sofreu contusão que o obrigou a ser operado.
Mesmo Muñoz, que já estava no Palmeiras desde o semestre passado, se machucou em 26 de setembro, logo após ter seus direitos comprados, e ainda não voltou.
A exceção é Pedrinho, destaque da equipe e ídolo da torcida.


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