São Paulo, terça-feira, 23 de outubro de 2001

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FUTEBOL

Equipe do Parque São Jorge propõe acordo amigável para ter de volta o jogador santista, que diz não ao ex-clube

Em crise, Corinthians quer Marcelinho

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em crise, o Corinthians quer o meia-atacante Marcelinho de volta no ano que vem, mas o jogador disse não ao ex-clube.
A proposta foi feita ontem na 74ª Vara do Trabalho de São Paulo, local da audiência de instrução no caso em que o atleta move contra o time do Parque São Jorge.
Como Marcelinho não aceitou o acordo proposto pelos advogados corintianos, a audiência foi adiada para o dia 26 de novembro.
Apesar da negativa do meia-atacante, hoje no Santos, o Corinthians ainda está disposto a fazer um acordo amigável com ele.
Marcelinho deve deixar o Santos no final deste ano. Sem dinheiro, o clube da Vila Belmiro já advertiu os procuradores do jogador que não poderá continuar bancando o salário do atleta -cerca de R$ 300 mil mensais.
"Existe a possibilidade de acordo, se ele quiser retornar ao clube no dia 2 de janeiro de 2002. Essa foi nossa proposta para ser restabelecido o que existia antes [o contrato de trabalho com o Corinthians, que vai até 2004"", disse Marcelo Gômara, advogado do clube do Parque São Jorge.
Dirigentes corintianos dizem, porém, que o retorno do jogador não significará sua reintegração. Se voltar, o clube pode negociá-lo.
Marcelinho alega que o Corinthians quebrou o contrato com ele ao afastá-lo do elenco, em julho. Por isso, pede R$ 1,4 milhão -multa calculada com base no salário declarado na carteira de trabalho do jogador (R$ 60 mil).
Diante da recusa do meia-atacante em aceitar o acordo, o Corinthians entrou com uma ação de reconvenção, em que alega que foi Marcelinho, e não o clube, que rompeu o compromisso. E quer R$ 1,02 milhão -valor baseado no contrato de trabalho do jogador com a equipe paulista.
"O Corinthians não pediu a rescisão contratual. Tanto é que ele [Marcelinho" continuou trabalhando após seu afastamento. Entendemos que ele pediu demissão", declarou Gômara.
Ontem, o jogador deixou a 74ª Vara visivelmente irritado com o adiamento da audiência.
"Eu tenho certeza que a justiça será feita", limitou-se a dizer.
A proposta de acordo a Marcelinho ocorre num momento em que o clube do Parque São Jorge passa por um mau momento em razão dos fracassos em campo.
O Corinthians perdeu as quatro últimas partidas que disputou, uma pela Mercosul e três pelo Brasileiro, em que é apenas o 17º colocado, com 23 pontos -está mais perto da zona de rebaixamento do que da de classificação.
Cinco pontos separam os corintianos da área de descenso.
Anteontem, após a derrota para o Grêmio por 2 a 1, em casa, a torcida voltou a protestar.
Como vem ocorrendo com frequência, pediu a saída da diretoria e do parceiro do clube, o fundo norte-americano HMTF.
O meia Ricardinho, um dos pivôs da crise que culminou com a saída de Marcelinho do clube, também foi hostilizado. Quando deixava o Morumbi, um grupo de torcedores atirou objetos em seu carro e o chamou de traidor.
O jogador, que ontem foi à 74ª Vara como testemunha do Corinthians, não quis dar entrevistas. Mas já afirmara que não aceita mais trabalhar com Marcelinho.


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