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FUTEBOL
Equipe do Parque São Jorge propõe acordo amigável para ter de volta o jogador santista, que diz não ao ex-clube
Em crise, Corinthians quer Marcelinho
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em crise, o Corinthians quer o
meia-atacante Marcelinho de volta no ano que vem, mas o jogador
disse não ao ex-clube.
A proposta foi feita ontem na
74ª Vara do Trabalho de São Paulo, local da audiência de instrução
no caso em que o atleta move contra o time do Parque São Jorge.
Como Marcelinho não aceitou o
acordo proposto pelos advogados
corintianos, a audiência foi adiada para o dia 26 de novembro.
Apesar da negativa do meia-atacante, hoje no Santos, o Corinthians ainda está disposto a fazer
um acordo amigável com ele.
Marcelinho deve deixar o Santos no final deste ano. Sem dinheiro, o clube da Vila Belmiro já advertiu os procuradores do jogador que não poderá continuar
bancando o salário do atleta
-cerca de R$ 300 mil mensais.
"Existe a possibilidade de acordo, se ele quiser retornar ao clube
no dia 2 de janeiro de 2002. Essa
foi nossa proposta para ser restabelecido o que existia antes [o
contrato de trabalho com o Corinthians, que vai até 2004"", disse Marcelo Gômara, advogado do
clube do Parque São Jorge.
Dirigentes corintianos dizem,
porém, que o retorno do jogador
não significará sua reintegração.
Se voltar, o clube pode negociá-lo.
Marcelinho alega que o Corinthians quebrou o contrato com
ele ao afastá-lo do elenco, em julho. Por isso, pede R$ 1,4 milhão
-multa calculada com base no
salário declarado na carteira de
trabalho do jogador (R$ 60 mil).
Diante da recusa do meia-atacante em aceitar o acordo, o Corinthians entrou com uma ação
de reconvenção, em que alega que
foi Marcelinho, e não o clube, que
rompeu o compromisso. E quer
R$ 1,02 milhão -valor baseado
no contrato de trabalho do jogador com a equipe paulista.
"O Corinthians não pediu a rescisão contratual. Tanto é que ele
[Marcelinho" continuou trabalhando após seu afastamento. Entendemos que ele pediu demissão", declarou Gômara.
Ontem, o jogador deixou a 74ª
Vara visivelmente irritado com o
adiamento da audiência.
"Eu tenho certeza que a justiça
será feita", limitou-se a dizer.
A proposta de acordo a Marcelinho ocorre num momento em
que o clube do Parque São Jorge
passa por um mau momento em
razão dos fracassos em campo.
O Corinthians perdeu as quatro
últimas partidas que disputou,
uma pela Mercosul e três pelo
Brasileiro, em que é apenas o 17º
colocado, com 23 pontos -está
mais perto da zona de rebaixamento do que da de classificação.
Cinco pontos separam os corintianos da área de descenso.
Anteontem, após a derrota para
o Grêmio por 2 a 1, em casa, a torcida voltou a protestar.
Como vem ocorrendo com frequência, pediu a saída da diretoria e do parceiro do clube, o fundo
norte-americano HMTF.
O meia Ricardinho, um dos pivôs da crise que culminou com a
saída de Marcelinho do clube,
também foi hostilizado. Quando
deixava o Morumbi, um grupo de
torcedores atirou objetos em seu
carro e o chamou de traidor.
O jogador, que ontem foi à 74ª
Vara como testemunha do Corinthians, não quis dar entrevistas.
Mas já afirmara que não aceita
mais trabalhar com Marcelinho.
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