DOS ENVIADOS A ÁGUAS DE LINDÓIA
E DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras, o lanterna do Campeonato Brasileiro-2002 por pontos perdidos, é melhor que o rival Corinthians, o líder da competição por pontos perdidos.
Para quem olha a tabela em seus dois extremos, a afirmação acima não faz o menor sentido.
Mas, se comparado o desempenho defensivo e ofensivo dos arqui-rivais, a comparação é válida.
Os palmeirenses têm boa pegada e é ofensivo. Já os corintianos não têm o mesmo desempenho nesses fundamentos, conforme levantamento do Datafolha.
Em média, os palmeirenses roubam a bola dos adversários 137,3 vezes por partida (o time tem o sétimo melhor desempenho nesse fundamento entre os 26 clubes que disputam o Brasileiro-02).
Com a bola nos pés, utilizam como principal arma os cruzamentos (faz em média, 22,8 por jogo).
Diante do gol rival, não hesitam. Finalizam 15,7 vezes (quinto melhor do Nacional). Desses chutes, acertam em média 35,7% (5,6).
Os corintianos fazem 120,6 desarmes (terceira pior média do Brasileiro) e, de 11,8 finalizações, acertam uma média de 4,1 chutes (quarta pior média do torneio).
Por esses números, poderia se imaginar uma situação diferente dos times na tabela. Entretanto, no futebol, a exatidão inexiste.
O Palmeiras, que desarma e finaliza mais, luta para fugir de um histórico rebaixamento. O Corinthians, mais burocrático por priorizar a troca de passes, pode garantir a classificação para a fase decisiva nas próximas rodadas.
Prova disso, é o número de gols marcados pelos rivais no Nacional (os Corinthians fez 27, um a mais que os palmeirenses).
"Sabe o que houve como o nosso time? Muita confiança pela qualidade dos jogadores. Achamos que golearíamos todos. Agora, com os pés no chão, vimos que a realidade é diferente", disse o palmeirense Fabiano Eller.
Apesar da aflitiva situação do alviverde, o time do técnico Levir Culpi aposta em sua "eficiência" para provar que é igual ou melhor que o arqui-rival no clássico.
"[O Corinthians] é um time que tem mais equilíbrio e padrão de jogo que o Palmeiras. Porém nós temos jogadores técnicos e podemos igualar essa situação", afirmou o comandante palmeirense.
E até os corintianos concordam que, na teoria, o Palmeiras tem uma melhor equipe, principalmente no ataque. "É um time muito ofensivo. Pela característica dos jogadores, no papel, [o Palmeiras] seria melhor", disse o técnico Carlos Alberto Parreira.
Cauteloso quanto o desempenho ofensivo do rival, a orientação do treinador aos seus jogadores antes do clássico foi roubar a bola no meio-de-campo e tentar pressionar os palmeirenses.
Enfim, aquilo que o Palmeiras faz melhor, mas, que até agora, só deu resultado para o Corinthians. (DP, EAR, LR E RB)



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