São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 2002

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TÊNIS

Correria na reta final

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Sem Gustavo Kuerten na parada, nós quase não sentimos por aqui, mas a verdade é que o circuito anda eletrizante.
O último torneio, Masters Series de Madri, foi um dos mais emocionantes de 2002. Não só porque marcou a estréia da competição em terras espanholas, mas porque esquentou uma corrida desenfreada pelas seis vagas que restam para o Masters de Xangai.
"Atmosfera envolvente", "platéia entusiasmada", "tenistas ansiosos e empolgadíssimos" são termos que um colega jornalista usou para relatar o que viu e sentiu na capital espanhola.
"O entusiasmo e o apoio do público por aqui foram sensacionais. Gostaria que toda semana fosse assim", disse Andre Agassi, entre surpreso e empolgado, no caminho até o título.
"Andre está jogando muito; com certeza sabe que pode terminar o ano como número um e está correndo atrás disso", contou Feliciano Lopez, que fez contra o careca o melhor jogo do torneio.
O título em Madri, aliás, baixou a diferença de Agassi para Lleyton Hewitt a meros 43 pontos. E fez com que o australiano pedisse um convite à organização do Torneio de Estocolmo para, nesta semana, ganhar um pouco mais de fôlego na reta final.
A diferença entre Marat Safin, terceiro, e Andy Roddick, 11º, é de apenas 85 pontos.
O russo, aliás, não escondeu certo desespero ao perder na estréia em Madri e achar que pode até ficar fora do evento que reúne os oito melhores do ano.
Nesta semana, Safin, Ferrero, Roger Federer, Tim Henman, Roddick, Thomas Johansson, Guillermo Cañas e Alex Corretja, todos com chances de ir ao Masters, continuam se pegando em Estocolmo, São Petersburgo e na Basiléia. Na próxima semana, a disputa continua no Masters Series de Paris.

Não bastasse essa corrida emocionante, está rolando ainda uma disputa acirrada por atletas que querem, ao menos, terminar a temporada com um bom ranking, alcançando o objetivo de fechar o ano entre os 10, 20, 30 ou 50 melhores tenistas do mundo.
São tenistas em franca ascensão, nomes que ganharam espaço neste ano e que, agora, disputam um lugar privilegiado para começar a próxima temporada, quando, imaginam e planejam, subirão ainda mais.
Na lista, David Nalbandian, Fernando González, Juan Ignacio Chela, Paradorn Srichaphan, Xavier Malisse, James Blake, Tommy Robredo, Paul-Henri Mathieu, Jarkko Nieminen, Agustin Calleri, Jose Acasuso, Nicolas Massú, Taylor Dent...
Faltou André Sá? O brasileiro está, sim, nessa lista, mas, em vez de seguir de Estocolmo, onde perdeu na estréia, para Paris, onde poderia disputar o qualifying do Masters Series, com boas chances de entrar na chave principal, está de volta ao Brasil.
Desistência? Falta de planejamento? Contusão? Falta de grana? Nada disso.
Como encerramento para a melhor temporada de sua carreira, os patrocinadores estão obrigando Sá a abandonar essa disputa na Europa e jogar um mero challenger no saibro em São Paulo.
O torneio é simpático e vale a pena ver (no clube Paineiras do Morumby, a partir desta segunda-feira.). Pena que não é o lugar em que André Sá deveria estar.

Apresentação em São Paulo
Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni e André Sá jogam em São Paulo nos próximos dias 5, 6 e 7. Serão jogos de exibição contra os argentinos David Nalbandian, Gastón Gaudio e Luis Lobo, no Ibirapuera. Preço dos ingressos e locais de venda não estão definidos.

Palavras sinceras...
Custou, mas finalmente uma das melhores tenistas do mundo admite que o domínio das irmãs Williams acabou com a confiança das rivais. Em Zurique, a belga Justine Henin decidiu ser franca: "Se elas não estão jogando, todo mundo sente que pode chegar ao título. Se elas estão na chave, bem, aí é diferente...".

E agora?
A Justiça alemã começa julgar hoje, em Munique, as acusações de que Boris Becker sonegou impostos por dois anos. Advogados dizem que os impostos foram devidamente pagos, mas em Mônaco.

E-mail reandaku@uol.com.br



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