|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TÊNIS
Correria na reta final
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Sem Gustavo Kuerten na parada, nós quase não sentimos
por aqui, mas a verdade é que o
circuito anda eletrizante.
O último torneio, Masters Series
de Madri, foi um dos mais emocionantes de 2002. Não só porque
marcou a estréia da competição
em terras espanholas, mas porque
esquentou uma corrida desenfreada pelas seis vagas que restam
para o Masters de Xangai.
"Atmosfera envolvente", "platéia entusiasmada", "tenistas ansiosos e empolgadíssimos" são termos que um colega jornalista
usou para relatar o que viu e sentiu na capital espanhola.
"O entusiasmo e o apoio do público por aqui foram sensacionais. Gostaria que toda semana
fosse assim", disse Andre Agassi,
entre surpreso e empolgado, no
caminho até o título.
"Andre está jogando muito;
com certeza sabe que pode terminar o ano como número um e está
correndo atrás disso", contou Feliciano Lopez, que fez contra o careca o melhor jogo do torneio.
O título em Madri, aliás, baixou
a diferença de Agassi para Lleyton Hewitt a meros 43 pontos. E
fez com que o australiano pedisse
um convite à organização do Torneio de Estocolmo para, nesta semana, ganhar um pouco mais de
fôlego na reta final.
A diferença entre Marat Safin,
terceiro, e Andy Roddick, 11º, é de
apenas 85 pontos.
O russo, aliás, não escondeu certo desespero ao perder na estréia
em Madri e achar que pode até ficar fora do evento que reúne os
oito melhores do ano.
Nesta semana, Safin, Ferrero,
Roger Federer, Tim Henman,
Roddick, Thomas Johansson,
Guillermo Cañas e Alex Corretja,
todos com chances de ir ao Masters, continuam se pegando em
Estocolmo, São Petersburgo e na
Basiléia. Na próxima semana, a
disputa continua no Masters Series de Paris.
Não bastasse essa corrida emocionante, está rolando ainda uma
disputa acirrada por atletas que
querem, ao menos, terminar a
temporada com um bom ranking,
alcançando o objetivo de fechar o
ano entre os 10, 20, 30 ou 50 melhores tenistas do mundo.
São tenistas em franca ascensão, nomes que ganharam espaço
neste ano e que, agora, disputam
um lugar privilegiado para começar a próxima temporada, quando, imaginam e planejam, subirão ainda mais.
Na lista, David Nalbandian,
Fernando González, Juan Ignacio
Chela, Paradorn Srichaphan, Xavier Malisse, James Blake,
Tommy Robredo, Paul-Henri
Mathieu, Jarkko Nieminen, Agustin Calleri, Jose Acasuso, Nicolas
Massú, Taylor Dent...
Faltou André Sá? O brasileiro
está, sim, nessa lista, mas, em vez
de seguir de Estocolmo, onde perdeu na estréia, para Paris, onde
poderia disputar o qualifying do
Masters Series, com boas chances
de entrar na chave principal, está
de volta ao Brasil.
Desistência? Falta de planejamento? Contusão? Falta de grana? Nada disso.
Como encerramento para a melhor temporada de sua carreira,
os patrocinadores estão obrigando Sá a abandonar essa disputa
na Europa e jogar um mero challenger no saibro em São Paulo.
O torneio é simpático e vale a
pena ver (no clube Paineiras do
Morumby, a partir desta segunda-feira.). Pena que não é o lugar
em que André Sá deveria estar.
Apresentação em São Paulo
Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni e André Sá jogam em São
Paulo nos próximos dias 5, 6 e 7. Serão jogos de exibição contra os
argentinos David Nalbandian, Gastón Gaudio e Luis Lobo, no Ibirapuera. Preço dos ingressos e locais de venda não estão definidos.
Palavras sinceras...
Custou, mas finalmente uma das melhores tenistas do mundo admite que o domínio das irmãs Williams acabou com a confiança
das rivais. Em Zurique, a belga Justine Henin decidiu ser franca:
"Se elas não estão jogando, todo mundo sente que pode chegar ao
título. Se elas estão na chave, bem, aí é diferente...".
E agora?
A Justiça alemã começa julgar hoje, em Munique, as acusações de
que Boris Becker sonegou impostos por dois anos. Advogados dizem que os impostos foram devidamente pagos, mas em Mônaco.
E-mail reandaku@uol.com.br
Texto Anterior: Basquete: Americana joga para retomar título paulista Próximo Texto: Futebol - Tostão: Contradições do clássico Índice
|