São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2010

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Teixeira reaparece por dívida

SANTOS
Credor, ex-presidente pode causar bloqueio de contas


EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC

LEONARDO LOURENÇO
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

O ex-presidente do Santos Marcelo Teixeira conseguiu uma vitória na Justiça que pode complicar a saúde financeira do clube do litoral.
Pela decisão do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) de anteontem, as contas do Santos correm o risco de serem bloqueadas para o pagamento de uma dívida com o antigo mandatário santista.
Teixeira e sua irmã eram avalistas de um empréstimo de R$ 15 milhões feito junto ao Banco Safra, ainda em sua gestão como presidente.
Já sob a gestão da atual diretoria, o Santos deixou de pagar uma das parcelas do crédito e a instituição financeira recorreu às contas dos fiadores para abater a dívida de cerca de R$ 12,7 milhões.
Teixeira, que volta a aparecer na vida do clube, disse que pretende resolver o imbróglio de forma que o Santos não seja prejudicado.
"Queremos chamar os responsáveis para um entendimento e abrir um canal de comunicação de alto nível", afirmou ele, derrotado nas eleições do ano passado pela chapa encabeçada por Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro.
"Eu mesmo estou à disposição para falar com a direção", completou Teixeira.
A princípio, o clube apresentou o CT Meninos da Vila, utilizado pelas categorias de base, como garantia na ação.
O imóvel chegou a ser penhorado, mas os advogados que representam Teixeira pediram a substituição em um agravo por ativos do clube.
Anteontem, em uma decisão unânime dos desembargadores do TJ-SP, foi definido que apenas ativos financeiros, e não imóveis, poderiam ser penhorados como garantia para o valor da causa, o que pode acarretar o bloqueio das contas.
O Santos já trabalha para ingressar com um recurso, que deve ser apresentado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) na semana que vem, segundo o diretor jurídico do clube, Luciano Moita.
Ele disse que o clube não está preocupado com o possível bloqueio das contas, já que o acórdão ainda não foi publicado -apenas após este procedimento poderia haver a penhora do dinheiro.
"Não fomos oficialmente avisados da decisão, mas vamos tentar reformá-la no STJ", declarou Moita.
O advogado afirmou que o clube deixou de quitar a parcela por não ter condições, mas questiona a obrigação de pagar Teixeira. "Entendemos que o empréstimo foi tomado sem autorização do conselho", explicou.
"O importante é que esta decisão é sobre a penhora. O mérito ainda não foi analisado", concluiu Moita.
"Trabalhamos para tentar cassar esta decisão", reforçou o diretor jurídico.
O novo estatuto do Santos, ainda em fase de discussão, proíbe que dirigentes emprestem dinheiro ao clube.


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