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Potência do petróleo, cidade de Macaé tem equipe de futebol em ascensão
LUCAS REIS
DE SÃO PAULO
O combustível que move o
município de Macaé é o mesmo que impulsionou o time
de futebol revelação do Rio
de Janeiro em 2010.
É do petróleo que vem a
força do Macaé Esporte, clube que disputa a Série C do
Brasileiro e, numa arrancada
meteórica nos últimos anos,
está a um empate da inédita
segunda divisão do torneio.
Com 20 anos de existência,
o clube estreou na elite do futebol carioca em 2008. No
ano seguinte, o vice-campeonato na Série D do Brasileiro
lhe deu vaga na Série C.
Agora, só precisa de um
empate contra o Criciúma,
hoje, na casa do rival, para
garantir o acesso em 2011.
Toda a força do clube vem
do petróleo. Não diretamente, mas pelo município.
Macaé, que tem 194.413
habitantes segundo o IBGE, é
uma das cidades mais ricas
do Brasil. Em 2010, recebeu
R$ 345 milhões referentes a
royalties do petróleo -isso
representa cerca de 40%
de seu orçamento.
Segundo o Índice Firjan de
Desenvolvimento Municipal
referente a 2007, e divulgado
no mês passado, Macaé aparece em 11º num ranking semelhante ao IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano).
Por isso, a prefeitura é a
principal patrocinadora do
clube. Dos R$ 3 milhões
anuais que o time gasta, cerca de R$ 1,3 milhão vem dela.
"O Macaé é fruto de uma
parceria da sociedade, do
município e do próprio clube, que buscou condições
para que o time pudesse ter
alcançado esta ascensão",
disse à Folha o prefeito Riverton Mussi (PMDB), que se
diz apenas torcedor do time.
"Não opino em nada", diz.
A estrutura do clube é humilde. Pretende construir um
CT e acaba de "ganhar" da
prefeitura seu estádio municipal, que custou cerca de R$
20 milhões, com capacidade
para 8.000 torcedores.
"Se eu fosse o prefeito,
também investiria no futebol", disse Valter Bittencurt,
presidente do clube, que comemora a boa fase. "Há dez
anos, estávamos na segunda
divisão do Carioca. Nós traçamos metas e vamos cumprindo uma a uma", disse.
Em relação ao petróleo, o
cartola reconhece sua importância à cidade e ao clube,
mas diz que, diretamente, jamais recebeu ajuda do setor.
"A Petrobras nunca nos
ajudou. E nunca tivemos ajuda de nenhuma empresa petrolífera. Macaé tem mais de
2.500 empresas que mexem
diretamente e indiretamente
com petróleo. E nunca sentimos o interesse deles em nos
ajudar", afirmou. "A gente vê
empresas locais ajudando
equipes de outros lugares."
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