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Governo tem limites, diz Silva Jr.
DEBATE
Ministro do Esporte aponta entraves na preparação de Copa-2014 e Olimpíada-2016
DE SÃO PAULO
O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., afirmou que
entraves restringem o poder
de atuação do governo federal na organização da Copa-
-14 e da Olimpíada-16.
O ministro participou de
debate promovido ontem pela Folha. Estiveram presentes Luiz Fernando Santos
Reis, presidente do Sindicato
Nacional da Indústria da
Construção Pesada, e Juca
Kfouri, colunista da Folha,
mediados por José Henrique
Mariante, editor de Esporte.
Alguns dos obstáculos
apontados por Silva Jr. foram
o caderno de encargos da Fifa, a burocracia, a letargia do
Congresso e a autonomia das
entidades esportivas.
Perguntado sobre a exclusão do estádio do Morumbi
como sede da Copa, o ministro disse que a decisão é política, mas escapa ao governo
federal. "Quem tem de resolver é a Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado."
As exigências da Fifa também foram apontadas como
entrave. "O problema do Morumbi é com a Fifa. As condicionantes do caderno de encargos são incríveis. Um dos
estádios teve de mudar toda
a arquibancada do projeto
em função do pôr do sol",
acrescentou Santos Reis.
Juca Kfouri criticou a construção de arenas para a Copa-14 em locais de pouca tradição no futebol, como Cuiabá, Brasília e Manaus. "Não
podemos fazer a Copa da Alemanha no Brasil, e temo que
isso esteja acontecendo."
Orlando Silva disse que a
escolha de sedes no Nordeste, Amazônia e Pantanal é
uma decisão estratégica, para estimular o turismo e a
economia dessas regiões.
Apesar de admitir que discute com Brasília a diminuição da capacidade do estádio
Mané Garrincha, que atualmente tem um projeto para
70 mil pessoas, disse que a
escolha das arenas para 2014
é prerrogativa do Estados.
Sobre os Jogos Olímpicos
do Rio, Silva Jr. disse que o
Ministério do Esporte será
mais ativo na preparação dos
atletas e que a nova medida
provisória para o alto rendimento, assinada há um mês,
é reflexo da nova diretriz. "Já
que o Estado é provedor, pode fixar metas e objetivos."
Porém descartou intervir
nas confederações esportivas, obrigando-as a restringir
reeleições de seus dirigentes,
por exemplo. "Não queremos
ser bedel de entidades. Nós
acreditamos na persuasão."
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