São Paulo, sexta, 23 de outubro de 1998

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ATLETISMO
Autópsia descarta propalada relação entre morte de recordista e uso de doping
Epilepsia matou Florence, diz exame

da Reportagem Local

A velocista norte-americana Florence Griffith Joyner, recordista mundial dos 100 m e 200 m rasos, morreu devido a um ataque epilético que causou asfixia enquanto dormia.
A informação foi dada pelo xerife do Condado de Orange, Frank Fitzpatrick, explicando que os exames toxicológicos indicaram que Florence havia ingerido os remédios Tylenol (analgésico) e Benadryl (espectorante), mas que "não havia nada de incomum no que se refere a drogas".
Fitzpatrick participou da autópsia de Florence na cidade de Santa Ana, na Califórnia.
Outras autoridades disseram que o coração da atleta estava normal.
Desde a morte repentina da velocista aos 38 anos, em 21 de setembro, muito se especulou sobre as causas prováveis.
Apesar de nunca ter sido surpreendida no exame antidoping, Florence despertou a suspeita de que usava substâncias proibidas.
"Esperamos agora que essa grande campeã olímpica, mulher e mãe possa descansar em paz e seus fãs de todo o mundo celebrem o seu legado ao esporte e à sua filha todos os dias", afirmou Bill Hybl, presidente do comitê olímpico norte-americano. "É hora das acusações e suspeitas cessarem."
As suspeitas sobre a corredora aumentaram quando ela anunciou em fevereiro de 89, apenas cinco meses após brilhar na Olimpíada de Seul, a decisão de abandonar as pistas e se dedicar às carreiras de atriz e escritora.
Na mesma época, o Comitê Olímpico Internacional anunciava que iria fazer "incertas", exames antidoping sem agendamento prévio de data.
Nos Jogos de Seul, os mesmos em que o canadense Ben Jonhson foi bandido por doping, Florence conseguiu três ouros olímpicos e bateu o recorde mundial dos 200 m rasos duas vezes em uma hora e meia. Na final estabeleceu 21s34.
O recorde dos 100 m rasos foi estabelecido durante a seletiva norte-americana para a Olimpíada, com 10s49, em junho de 1988.
Além dos resultados, a corredora também ficou famosa por seus trajes de competição, que ela mesmo confeccionava.
Na seletiva norte-americana, Florence Griffith Joyner correu com um uniforme que cobria apenas uma das pernas.
A velocista também era conhecida pelas suas longas unhas -sempre pintadas.
Em 1996, Florence Griffith Joyner havia sofrido um ataque de apoplexia (perda temporária de função cerebral) durante um vôo dentro dos Estados Unidos e foi internada. Na época, a família se recusou a dar mais informações.



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