São Paulo, quinta-feira, 23 de novembro de 2000

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Protesto de 68 tirou privilégios do ex-coronel

DA REPORTAGEM LOCAL

As atitudes arrojadas de Emil Zatopek foram responsáveis pelas principais glórias e problemas de sua vida. Nas pistas, forçava o ritmo em situações que confundiam rivais. Fora delas, a personalidade forte lhe trouxe complicações.
Como era comum com atletas de países socialistas, Zatopek tinha patente de oficial do exército da antiga Tcheco-Eslováquia, alinhada com a União Soviética na Guerra Fria.
Sem obrigação de comandar tropas, pôde se dedicar somente ao atletismo. Com as glórias, subiu de posto. De tenente, em 1948, passou a coronel, em 1952. Mais do que isso, tornou-se herói nacional, com lugar na elite do Partido Comunista.
As glórias, porém, de nada adiantaram em 1968. Na Primavera de Praga, quando tropas soviéticas invadiram o país para reprimir manifestações populares, Zatopek assinou um manifesto contra a invasão.
Acabou expulso do exército e, sem privilégios, virou trabalhador braçal. Foi pedreiro, escavador de poços e encarregado na construção de barragens. Teve até que limpar banheiros.
Com o colapso do regime, no início desta década, recuperou o reconhecimento, o que ao menos lhe proporcionou o uso de hospitais militares. (LS)


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