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Protesto de 68
tirou privilégios
do ex-coronel
DA REPORTAGEM LOCAL
As atitudes arrojadas de Emil
Zatopek foram responsáveis
pelas principais glórias e problemas de sua vida. Nas pistas,
forçava o ritmo em situações
que confundiam rivais. Fora
delas, a personalidade forte lhe
trouxe complicações.
Como era comum com atletas de países socialistas, Zatopek tinha patente de oficial do
exército da antiga Tcheco-Eslováquia, alinhada com a
União Soviética na Guerra Fria.
Sem obrigação de comandar
tropas, pôde se dedicar somente ao atletismo. Com as glórias,
subiu de posto. De tenente, em
1948, passou a coronel, em
1952. Mais do que isso, tornou-se herói nacional, com lugar na
elite do Partido Comunista.
As glórias, porém, de nada
adiantaram em 1968. Na Primavera de Praga, quando tropas soviéticas invadiram o país
para reprimir manifestações
populares, Zatopek assinou
um manifesto contra a invasão.
Acabou expulso do exército
e, sem privilégios, virou trabalhador braçal. Foi pedreiro, escavador de poços e encarregado na construção de barragens.
Teve até que limpar banheiros.
Com o colapso do regime, no
início desta década, recuperou
o reconhecimento, o que ao
menos lhe proporcionou o uso
de hospitais militares.
(LS)
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