São Paulo, Quinta-feira, 23 de Dezembro de 1999


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Equipe empata com Atlético-MG e conquista o Brasileiro
Que sofrimento! Corinthians Campeão!

Evelson de Freitas/Folha Imagem
O técnico corintiano, Oswaldo de Oliveira comemora com seus jogadores e a taça na festa do terceiro título nacional do clube paulista



Time resgata um dos pilares do 'corintianismo' esquecido após os milhões do HMTF


da Reportagem Local

O Corinthians é o campeão brasileiro de 1999.
O título foi conquistado após um empate sem gols com o Atlético-MG, ontem, no Morumbi. Ele coroa uma campanha na qual a equipe liderou desde o início.
Na terceira e decisiva partida do torneio, no entanto, o time voltou a conhecer o tradicional sofrimento que caracteriza sua história, origem do rótulo de "fiel" impregnado à torcida, um dos maiores símbolos do clube.
O Corinthians chegou ao título num jogo nervoso, equilibrado, cheio de sustos e sob forte chuva.
Com a conquista, a equipe vence pela primeira vez no mesmo ano o Brasileiro e o Paulista, triunfos que se seguem ao título nacional do ano passado. E que colocam o futebol brasileiro diante da possibilidade de uma hegemonia do time paulista.
Empurrado pelo dinheiro do fundo HMTF, que investiu recordes US$ 25 milhões só para este Brasileiro, o Corinthians olha agora para o Mundial de Clubes, já no início do mês que vem.
Será uma nova oportunidade para se "globalizar", internacionalizando suas conquistas. Porque o sucesso da expansão nacional corintiana já se completou.
O título de ontem foi o terceiro de um clube que se orgulhava de ser o maior vencedor em São Paulo, mas que havia chegado aos anos 90 sem nenhum troféu do torneio nacional.
E que, a partir daí, ainda que vivenciando lances como o quase gol contra feito pelo zagueiro Márcio Costa ontem, virou o jogo e se tornou o maior campeão do Brasileiro no período.
A vitória corintiana consagra a supremacia paulista no país. O Estado passar a ter 11 títulos nacionais, contra 9 do Rio.
Para os mineiros sobra mais uma frustração, a sexta seguida em finais de Brasileiro, três do Atlético-MG, três do Cruzeiro.
Faltou ontem ao time de Belo Horizonte competência para furar o bloqueio corintiano, reforçado com a entrada do volante Gilmar em vez do atacante Fernando, uma surpresa armada pelo técnico Oswaldo de Oliveira.
Pressionando até o final, o Atlético-MG tornou eletrizante uma final que foi marcada pelo tumulto bem antes de seu início.
Mais precisamente, desde anteontem, quando a Prefeitura de São Paulo obteve liminar transferindo o jogo para a noite.
Confiantes na reversão do quadro, os times iniciaram o dia se preparando para atuar às 16h, para, no início da tarde, serem informados de que fariam a primeira final noturna de Brasileiro durante a semana desde 1986.

FILA
Depois de 23 anos sem conquistar títulos, entre 1954 e 1977, o Corinthians vive sua "década de ouro". Desde 1991, ganhou seis títulos -três do Estadual, um da Copa do Brasil e dois do Brasileiro. Nas décadas de 70 e 80, o time também conquistou seis títulos de primeira linha -cinco do Paulista e apenas um do Brasileiro.

SUFOCO
Ontem, o Corinthians lembrou seus títulos do passado, conquistados com vitórias suadas -em 1990, venceu as duas partidas contra o São Paulo na final do Brasileiro pelo placar mínimo e com gols "estranhos" -um de joelho, de Wilson Mano, e outro de carrinho, de Tupãzinho. Agora, teve o segundo melhor ataque.

RAÇA
Apesar da violência nas finais, o Corinthians não é mais um time com "excesso de vontade". No Brasileiro, pouco precisou apelar para a violência. Antes da decisão de ontem, o time tinha média de 25,5 faltas cometidas por jogo, a sexta menor média do torneio. As outras equipes fizeram, em média, 28 infrações por jogo.

FIEL
A torcida do clube mais popular do Estado, mesmo com um time que liderou o Brasileiro-99 desde o início, diminuiu sua presença em relação a 1998. Nas semifinais contra o São Paulo, mesmo com a vantagem, viu a torcida rival dominar a maior parte do Morumbi. Além disso, pagou, em média, R$ 10 por um ingresso -um dos mais caros do Nacional.


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