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FUTEBOL
Finalistas fazem jogo tenso, repleto de faltas violentas, agressões de lado a lado e troca de acusações
Decisão deixa o "jogo limpo" de lado
da Reportagem Local
Dois dos times menos violentos
no Brasileiro-99, Corinthians e
Atlético-MG mudaram de estilo
na final e fizeram uma partida
marcada por agressões e trocas de
acusações entre os jogadores.
Logo nos primeiros minutos,
Rincón e Gallo, os dois capitães,
discutiram asperamente e trocaram empurrões, depois de falta
do meia corintiano em Belletti.
Com a mudança tática de Oswaldo de Oliveira, que decidiu colocar o volante Gilmar no lugar do
atacante Luizão, suspenso, o Corinthians entrou em campo muito
recuado, apertando a marcação e
fazendo faltas violentas. Aos
14min, tanto Gilmar quanto Rincón já tinham levado amarelo.
O time, cuja média de faltas por
partida era pouco superior a 25,
só no primeiro tempo cometeu
19, contra apenas 9 dos mineiros.
Com pouco mais de 23 faltas
por jogo, o Atlético tinha a menor
média de faltas do campeonato
-o Corinthians ocupava o quinto lugar. Ontem, no entanto, o
Corinthians cometeu 32 faltas
contra apenas 17 do adversário.
Ainda na fase inicial, o zagueiro
argentino Galván agrediu, sem
bola, o meia-atacante Marcelinho, mas recebeu apenas amarelo
do juiz Carlos Eugênio Simon.
Aos 24min, foi a vez de Marcelinho, que já tinha recebido cartão,
acertar cotovelada em Gallo, cortando o rosto do atleticano.
No intervalo, Lincoln, substituto de Marques, reprovado em
exame médico no vestiário, chamava Marcelinho de desleal.
O volante Gallo fez a mesma
coisa, dizendo que o adversário
foi maldoso no lance. ""Mas isto é
futebol", lamentou.
O corintiano, por sua vez, retrucava, dizendo que a cotovelada
em Gallo não foi proposital, mas
reconhecendo que o relacionamento com Galván -""por culpa
dele"- estava tenso.
Sem um atacante fixo na área, o
Corinthians não conseguia chegar com perigo ao gol adversário.
No primeiro tempo, apesar de o
técnico do time paulista ter afirmado que sua equipe vinha jogando bem, a única chance de gol
do Corinthians foi em cobrança
de falta de Marcelinho, que bateu
no travessão.
O Atlético, mais bem postado,
teve as melhores oportunidades
para abrir o marcador. Aos 11min,
em chute do atacante Guilherme,
que tirou o cavanhaque por superstição, e aos 13min, com Ronildo, a equipe mineira por pouco
não saiu na frente.
Para o segundo tempo, mesmo
com todas as dificuldades que o
Corinthians teve na primeira etapa, Oliveira insistiu em manter a
equipe sem atacante fixo -Fernando prosseguiu no banco, e
Gilmar, em campo-, já que o
empate dava o título aos paulistas.
Logo aos 2min, o Atlético, cujo
técnico também preferiu manter
a formação inicial, teve boa chance, em arrancada de Ronildo, pela
esquerda do ataque mineiro.
Se os visitantes continuavam
mais perigosos, a violência também prosseguia. Aos 5min, Belletti fez falta dura em Marcelinho,
por trás, mas novamente o árbitro
gaúcho preferiu apenas mostrar o
cartão amarelo.
A partir dos 10min do segundo
tempo, a torcida corintiana passou a gritar o nome de Dinei, pedindo para Oliveira colocar o atacante no lugar de Gilmar.
A pressão sobre o treinador do
time paulista aumentou ainda
mais aos 16min, quando Belletti
por pouco não marcou o primeiro gol dos mineiros, chutando,
com muito perigo, para fora.
Três minutos depois, no entanto, o volante Vampeta, destaque
do Corinthians ontem, também
chutou com perigo, mas o goleiro
Velloso conseguiu espalmar.
A partir daí, o jogo ficou mais
aberto, com o Atlético, desesperado atrás do gol, lançando-se mais
à frente e deixando espaço para os
contra-ataques corintianos.
Somente aos 25min, Oliveira tirou Gilmar, mas manteve firme a
decisão de continuar jogando
sem atacante fixo na área, já que
colocou o meia Edu em seu lugar,
mantendo Fernando e Dinei no
banco de reservas.
Aos 28min, Edu, atuando mais
recuado, evitou gol do Atlético, tirando a bola dos pés de Hernâni,
que entrou no segundo tempo.
Três minutos mais tarde, o zagueiro Márcio Costa aumentava o
desespero da torcida corintiana,
quase marcando gol contra.
No final, com o Atlético ainda
dominando, Belletti voltou a fazer
falta violenta e foi expulso.
E Oliveira, então, finalmente
atendeu à torcida, colocando em
campo um atacante -Dinei-,
só que em lugar de Marcelinho,
que não gostou de ter sido substituído e, na saída do gramado, fez
questão de reclamar do treinador.
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