São Paulo, Quinta-feira, 23 de Dezembro de 1999


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FUTEBOL
Finalistas fazem jogo tenso, repleto de faltas violentas, agressões de lado a lado e troca de acusações
Decisão deixa o "jogo limpo" de lado

da Reportagem Local

Dois dos times menos violentos no Brasileiro-99, Corinthians e Atlético-MG mudaram de estilo na final e fizeram uma partida marcada por agressões e trocas de acusações entre os jogadores.
Logo nos primeiros minutos, Rincón e Gallo, os dois capitães, discutiram asperamente e trocaram empurrões, depois de falta do meia corintiano em Belletti.
Com a mudança tática de Oswaldo de Oliveira, que decidiu colocar o volante Gilmar no lugar do atacante Luizão, suspenso, o Corinthians entrou em campo muito recuado, apertando a marcação e fazendo faltas violentas. Aos 14min, tanto Gilmar quanto Rincón já tinham levado amarelo.
O time, cuja média de faltas por partida era pouco superior a 25, só no primeiro tempo cometeu 19, contra apenas 9 dos mineiros.
Com pouco mais de 23 faltas por jogo, o Atlético tinha a menor média de faltas do campeonato -o Corinthians ocupava o quinto lugar. Ontem, no entanto, o Corinthians cometeu 32 faltas contra apenas 17 do adversário.
Ainda na fase inicial, o zagueiro argentino Galván agrediu, sem bola, o meia-atacante Marcelinho, mas recebeu apenas amarelo do juiz Carlos Eugênio Simon.
Aos 24min, foi a vez de Marcelinho, que já tinha recebido cartão, acertar cotovelada em Gallo, cortando o rosto do atleticano.
No intervalo, Lincoln, substituto de Marques, reprovado em exame médico no vestiário, chamava Marcelinho de desleal.
O volante Gallo fez a mesma coisa, dizendo que o adversário foi maldoso no lance. ""Mas isto é futebol", lamentou.
O corintiano, por sua vez, retrucava, dizendo que a cotovelada em Gallo não foi proposital, mas reconhecendo que o relacionamento com Galván -""por culpa dele"- estava tenso.
Sem um atacante fixo na área, o Corinthians não conseguia chegar com perigo ao gol adversário.
No primeiro tempo, apesar de o técnico do time paulista ter afirmado que sua equipe vinha jogando bem, a única chance de gol do Corinthians foi em cobrança de falta de Marcelinho, que bateu no travessão.
O Atlético, mais bem postado, teve as melhores oportunidades para abrir o marcador. Aos 11min, em chute do atacante Guilherme, que tirou o cavanhaque por superstição, e aos 13min, com Ronildo, a equipe mineira por pouco não saiu na frente.
Para o segundo tempo, mesmo com todas as dificuldades que o Corinthians teve na primeira etapa, Oliveira insistiu em manter a equipe sem atacante fixo -Fernando prosseguiu no banco, e Gilmar, em campo-, já que o empate dava o título aos paulistas.
Logo aos 2min, o Atlético, cujo técnico também preferiu manter a formação inicial, teve boa chance, em arrancada de Ronildo, pela esquerda do ataque mineiro.
Se os visitantes continuavam mais perigosos, a violência também prosseguia. Aos 5min, Belletti fez falta dura em Marcelinho, por trás, mas novamente o árbitro gaúcho preferiu apenas mostrar o cartão amarelo.
A partir dos 10min do segundo tempo, a torcida corintiana passou a gritar o nome de Dinei, pedindo para Oliveira colocar o atacante no lugar de Gilmar.
A pressão sobre o treinador do time paulista aumentou ainda mais aos 16min, quando Belletti por pouco não marcou o primeiro gol dos mineiros, chutando, com muito perigo, para fora.
Três minutos depois, no entanto, o volante Vampeta, destaque do Corinthians ontem, também chutou com perigo, mas o goleiro Velloso conseguiu espalmar.
A partir daí, o jogo ficou mais aberto, com o Atlético, desesperado atrás do gol, lançando-se mais à frente e deixando espaço para os contra-ataques corintianos.
Somente aos 25min, Oliveira tirou Gilmar, mas manteve firme a decisão de continuar jogando sem atacante fixo na área, já que colocou o meia Edu em seu lugar, mantendo Fernando e Dinei no banco de reservas.
Aos 28min, Edu, atuando mais recuado, evitou gol do Atlético, tirando a bola dos pés de Hernâni, que entrou no segundo tempo.
Três minutos mais tarde, o zagueiro Márcio Costa aumentava o desespero da torcida corintiana, quase marcando gol contra.
No final, com o Atlético ainda dominando, Belletti voltou a fazer falta violenta e foi expulso.
E Oliveira, então, finalmente atendeu à torcida, colocando em campo um atacante -Dinei-, só que em lugar de Marcelinho, que não gostou de ter sido substituído e, na saída do gramado, fez questão de reclamar do treinador.


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