São Paulo, Quinta-feira, 23 de Dezembro de 1999


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F-1
Fábrica assegura participação com equipe própria
Toyota arrisca com investimento solo

das agências internacionais

A Toyota anunciou ontem que assegurou à FIA (Federação Internacional de Automobilismo) a última das 12 vagas existentes para times que competem na F-1, ocupando o lugar aberto pela desistente Honda, que lançaria sua equipe própria em 2000.
A primeira participação solo da Toyota na F-1, porém, deve acontecer só entre 2001 e 2002, por causa do tempo necessário para se organizar uma equipe, segundo informou a direção da fábrica.
A Toyota havia anunciado que lançaria um time na F-1 durante o Rali de San Remo, prova do Mundial da categoria, realizada em outubro passado. A empresa fabricará motores e chassis.
Por causa do novo projeto, a fábrica japonesa está deixando de participar dos ralis, modalidade na qual foi campeã de construtores nesta temporada.
No entanto, prosseguirá competindo na Indy, categoria na qual tem alcançado resultados pífios. Para a próxima temporada, entretanto, associou-se à bem-sucedida Ganassi, buscando alcançar melhores resultados do que os registrados até o momento.
A empresa japonesa não revelou quais os valores de seus investimentos no projeto de F-1.
Um dos detalhes que já foi divulgado é a marca dos pneus com os quais a Toyota deve competir: a Michelin. A associação entre as duas empresas é antiga.
""Tudo está transcorrendo como o previsto. Estaremos prontos para competir", disse Ove Andersson, diretor-geral da Toyota Motorsport GmbH, a filial alemã encarregada do projeto.
A idéia de a Toyota montar uma equipe própria nasceu após o anúncio da Honda, que, com seus motores, havia obtido sucesso na categoria. Posteriormente, os diretores da Honda, desanimados com os altos custos necessários para a manutenção de uma equipe, desistiram do projeto.
A Toyota, rival da Honda, aproveitou a chance e fez seu anúncio.
A Honda será apenas fornecedora de motores, para os carros da inglesa BAR (British American Racing), do brasileiro Ricardo Zonta, na próxima temporada.
Depois da desistência da Honda, a F-1 lançou, em outubro passado, um seguro para evitar a entrada de equipes aventureiras nos próximos Mundiais.
Agora, a fábrica que se propuser a entrar na categoria do automobilismo precisará depositar, antecipadamente, na conta da FIA US$ 48 milhões (aproximadamente R$ 91 milhões).
Após a desistência da Honda, foi cogitado até que o próprio presidente da associação dos construtores, Bernie Ecclestone, compraria a estrutura construída pela fábrica japonesa na Inglaterra.
No ano passado, as equipes entraram em acordo para transformar a categoria em um ""sistema de franquias": limitaram em 12 o número de equipes, impedindo a inclusão de ""aventureiros".
A partir de então, quem quisesse entrar na F-1 teria de se associar a uma das equipes existentes.
O objetivo da instituição desse ""clube fechado" é aumentar os valores investidos na categoria.
Com isso, a categoria ficaria muito mais atrativa ao público, objetivo de Ecclestone nas vendas da TV digital, que será o lastro da F-1 no lançamento de suas ações na Bolsa de Valores de Londres.
A FIA enfrentou muitos problemas por causa da Lola, última ""aventureira", que abandonou a categoria em sua segunda prova, o GP Brasil de 97, deixando para trás dívidas e polêmicas.
Outros times na história recente que também causaram dores de cabeça aos dirigentes da FIA foram Andrea Moda, Eurobrun, AGS, Pacific e Larrousse.


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