São Paulo, quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

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Patrocínio não oficial está vetado, diz Nuzman

COB reprova material esportivo das confederações em Pan e Olimpíada

Dirigente fica irritado com reunião de presidentes de entidades filiadas ao comitê que foi realizada anteontem sem o seu conhecimento

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, comunicou ontem aos presidentes de confederações esportivas que não será aceita a exposição em Pan ou Olimpíada de marca de material esportivo que não seja a do patrocinador oficial do comitê.
Nuzman, também mandatário do comitê organizador da Olimpíada do Rio-2016, mostrou contrariedade com a iniciativa das entidades esportivas de buscar financiamento sem a orientação do COB.
"Eles estão completamente livres para fazerem o que bem entenderem. Seja ir ao ministério, seja nas empresas. Só que não dá para irem dois ao mesmo lugar", declarou ele.
O COB reuniu ontem, em sua sede, representantes das confederações de esportes olímpicos. Um dia antes, alguns deles se encontraram separadamente para discutir formas de obter mais verbas para a preparação para os Jogos de 2016, como revelou anteontem a Folha.
Uma das sugestões foi mais liberdade para discutir patrocínio e financiamento com ministérios e empresas. Antiga reivindicação, dirigentes pretendiam também expor durante Pan-Americanos e Olimpíadas as marcas de seus fornecedores de material esportivo a fim de aumentar a receita.
De acordo com participantes da reunião na sede do COB, Nuzman mostrou contrariedade com as duas propostas. Questionado pela reportagem sobre ambas, ele vetou explicitamente a segunda.
"Já comuniquei: o patrocinador de uniformes é o do Comitê Olímpico Brasileiro para todos. Há uma diferença: o atleta usa o tênis que é dele. Ele tem o direito de usar aquilo que é pessoal. Mas isso é no mundo inteiro, não só no Brasil."
A disputa entre fornecedores de material esportivo é constante no futebol. Na Olimpíada de 2008, em Pequim, o time feminino disputou o campeonato sem escudo. Atletas masculinos por vezes usavam material da Nike (oficial do futebol) ou da Olympikus (do COB).
A reportagem não conseguiu localizar o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, para comentar a declaração do principal dirigente do COB.
De acordo com Nuzman, os dois contratos de patrocínio (Olympikus e Caixa Econômica Federal) do COB se encerram em 2010. Ele diz que a definição dos novos apoiadores "é uma longa caminhada".
O COB adiou para o ano que vem a redefinição das metas de cada modalidade para as próximas competições. As confederações enviaram propostas para a formação de atletas para melhorar a performance do país em Mundiais.
"Vamos ter um reunião com o ministro [Orlando Silva Jr., do Esporte] em janeiro e poderemos entregar [as novas metas]", disse Nuzman.


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