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FUTEBOL
Brasileiro da TV, da bagunça e dos gols termina hoje
da Reportagem Local
A terceira e decisiva partida
entre Corinthians e Cruzeiro, às 16h, no
Morumbi, encerra um Campeonato Brasileiro marcado por superlativos.
Dentro do campo, o nível técnico
do primeiro Brasileiro depois do
fiasco da seleção na final da Copa-98 surpreendeu. A média de gols,
por exemplo, de 2,87 por jogo, é
um recorde histórico do torneio.
A competição também revelou
jovens e promissores jogadores,
como o atacante Fábio Júnior, do
Cruzeiro, e o meia Jackson, do
Sport, que passaram a fazer parte
da nova seleção nacional, agora
sob o comando de Luxemburgo.
A média de público também subiu. Com 13.837 pagantes por partida, é 30% maior do que a de 1997.
Fora dos gramados, porém, a desorganização imperou. A decisão
de hoje, por exemplo, teve "dois
juízes". Anteontem, Armando
Marques, presidente da Comissão
de Arbitragem, havia anunciado o
nome de Sidrack Marinho. Depois,
em razão da "comemoração" do
Corinthians à indicação, recuou e
anunciou Carlos Eugênio Simon.
No total, houve 71 mudanças na
tabela original, um recorde negativo para o Brasileiro nos anos 90.
Palmeiras x Vasco, por exemplo,
teve a data alterada duas vezes. Numa, os cariocas se recusaram a entrar em campo -sem punição.
Com tantas mudanças -muitas
das quais pela coincidência de datas com a Copa Mercosul-, o
campeonato de 1998 acabou sendo
esticado para a antevéspera do Natal. É o Brasileiro que mais tarde
termina num ano.
A última alteração foi justamente
no horário do jogo de hoje, antes
marcado para as 21h40 pela Confederação Brasileira de Futebol.
A mudança aconteceu a pedido
da Rede Globo, que, para o horário
original da partida, já havia programado um especial natalino da
apresentadora Xuxa.
Apesar de a emissora alegar que a
responsabilidade pela alteração é
do Clube dos 13, a reportagem da
Folha presenciou uma conversa
entre Ciro José, representante da
Globo, e Fábio Koff, presidente da
entidade que reúne os maiores clubes do Brasil, em que o primeiro
dizia não aceitar o jogo à noite.
Ciro José chegou a sugerir o domingo, dia 27, mas, como Zezé
Perrela, presidente do Cruzeiro,
refutou a proposta, a partida ficou
para as 16h. Jamais uma final do
Brasileiro foi disputada nesse horário num dia de semana -são,
aliás, muito raros quaisquer jogos
do torneio à tarde em dias úteis.
A "operação Xuxa", na antevéspera do Natal, preocupa a Companhia de Engenharia de Tráfego, a
Polícia Militar, a Associação Comercial de São Paulo e a Brasileira
de Lojistas de Shopping, que prevêem caos no trânsito paulistano e
o esvaziamento do comércio local.
Se o Corinthians for campeão
-um empate basta para o time de
Luxemburgo alcançar o título,o
primeiro do treinador na equipe-, a Gaviões da Fiel promete fazer carnaval na avenida Paulista.
O Cruzeiro, que nunca venceu
um Brasileiro, ao contrário do Corinthians, campeão em 1990, terá,
além da final de hoje, pelo menos
mais um compromisso no ano. Sábado, enfrenta o Palmeiras, no
Parque Antarctica, pelo segundo
jogo da final da Mercosul. Se não
ganhar, volta a jogar no dia 29.
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