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FUTEBOL
Vale somente a última rodada
HUMBERTO PERON
COLUNISTA DA FOLHA ONLINE
Ser técnico de equipes como as
de Corinthians, Palmeiras,
São Paulo e Santos não é uma tarefa fácil. Os treinadores desses
clubes estão sempre sob pressão.
Eles sabem que qualquer trabalho, por mais tempo que se disponha, será esquecido se os resultados não forem favoráveis.
Depois de apenas duas rodadas
do Campeonato Paulista, o técnico Tite fica em posição delicada
com as derrotas do Corinthians.
Ao usar como base o time fraco do
ano passado, ele viu sua equipe
ser dominada pelos apenas esforçados Mogi Mirim e Marília.
Caso consiga vencer o Atlético
Sorocaba na quarta-feira, Tite terá um respiro, mas ele sabe que
continuará tendo um início de
temporada difícil. O treinador
precisa convencer os dirigentes da
MSI que é a pessoa ideal para comandar as estrelas contratadas
pela parceira do Corinthians.
Outro trabalho de Tite está em
montar o time com os jogadores
contratados. Com o investimento
feito, o treinador terá de armar
um time ofensivo, longe do seu esquema preferido, o 3-5-2, com
marcação forte e jogando em contra-ataques.
Por fim, o técnico será o único
cobrado em qualquer derrota
quando o Corinthians usar todas
as suas estrelas, pois, para alguns
torcedores e dirigentes, o investimento milionário transformou o
time em um esquadrão imbatível
(longe de ser verdade).
No Palmeiras, Estevam Soares
ainda precisa provar que pode ser
treinador de um time com as tradições do clube. Espera-se que, em
2005, ele consiga armar o Palmeiras mais ofensivo. No ano passado, o time era muito eficiente
quando jogava na defesa e explorava os erros do adversário, mas
era um desastre quando precisava tomar a iniciativa de atacar.
No Santos, Oswaldo de Oliveira
tenta recuperar o prestígio de treinador. Após ganhar vários títulos
no Corinthians, a carreira do técnico entrou em declínio, com fracas passagens por Fluminense,
São Paulo, Flamengo, volta ao
Corinthians e Vitória. Ele também tenta afastar a imagem de
que pegou um time montado por
Vanderlei Luxemburgo. Para
mostrar que está disposto a criar
uma equipe que tenha outro estilo de jogo, Oswaldo ousou e escalou três atacantes na partida contra a Portuguesa.
Recuperar a confiança de um time que cansou de perder vários
títulos nos últimos anos é a principal tarefa de Leão, no comando
do São Paulo (missão que ele conseguiu cumprir muito bem no
Santos). O técnico sabe que para
isso será necessário achar dois armadores, entre Falcão, Vélber,
Danilo e Marco Antônio, que
consigam criar as jogadas ofensivas, já que, com a contratação de
Josué e Mineiro, o time está bem
servido de marcadores. Também
espera-se que Luizão se recupere,
faça muitos gols e consiga ser o
companheiro ideal de Grafite.
Um fato em comum une os quatro treinadores. Eles sabem que
seus empregos só estarão seguros
se conseguirem uma vitória na
última rodada disputada.
Água portenha
A Fifa precisa apurar com rigor
o caso ocorrido na partida entre Brasil e Argentina, no Mundial de 1990, no qual os argentinos teriam preparado um frasco de água com tranqüilizantes
para oferecer aos brasileiros. O
resultado não vai mudar, mas é
preciso saber o grau de envolvimento dos dirigentes, da comissão técnica e dos jogadores
nesse golpe. E que todos os
mentores de tal armação sejam
punidos. O caso também ilustra duas características daquela
seleção. A falta de preparo de
Sebastião Lazaroni, ao não perceber que um de seus principais
jogadores não estava em condições de jogo, e a total falta de
confiança da equipe no treinador, já que Branco disse a Ricardo Gomes que passava mal,
mas não ao técnico.
E-mail
futebolnarede@folha.com.br
Excepcionalmente hoje não é publicada
a coluna de José Geraldo Couto
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