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NATAÇÃO
Acordo de R$ 214 mil é suspenso após Eduardo Fischer criticar valores
CBDA vê "traição" e desiste de patrocínio para nadador
GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Confederação Brasileira de
Desportos Aquáticos desistiu ontem de assinar um contrato de patrocínio no valor de R$ 214.120,00,
que havia obtido em nome do catarinense Eduardo Fischer.
O dinheiro viria de um acordo
entre a Prefeitura de Joinville, cidade onde o atleta nasceu e treina
para os Jogos de Atenas, em agosto, e o governo de Santa Catarina.
Cada parte iria desembolsar R$
13.382,50 por mês em oito parcelas, referentes ao período entre janeiro e agosto deste ano. A CBDA
gerenciaria toda a verba.
A polêmica começou após a revelação do contrato pela Folha no
domingo. Dos R$ 26.765,00 que
seriam depositados mensalmente, R$ 17.765,00 ficariam com a
confederação -valor que corresponde a 66% do total- para cobrir itens como viagens e acompanhamento médico do nadador.
Fischer receberia um salário de
R$ 6.000, e seu técnico, Ricardo
Carvalho, os R$ 3.000 restantes.
O atleta reclamou. Disse que
não conhecia a íntegra do contrato e que o valor que lhe sobrava
era "ínfimo em relação ao todo".
A CBDA rebateu. Coaracy Nunes, presidente da entidade, contou que Fischer "o traiu e mentiu"
porque sempre soube do conteúdo da negociação. Para encerrar o
caso, o dirigente enviou ontem
uma carta ao prefeito de Joinville,
Marco Antonio Tebaldi, contando que estava fora do acordo.
A Folha teve acesso ao documento. "O atleta Eduardo Fischer
resolveu, de forma irresponsável,
dar declarações sobre o contrato
que somente visavam o seu benefício. A atitude do atleta incompatibiliza esta confederação em dar
prosseguimento à proposta de
patrocínio", escreve Coaracy.
O dirigente foi além. "No dia em
que negociei com o prefeito, dei
uma cópia do contrato para o Fischer e para o pai dele. Eles agora
traíram minha confiança."
O nadador, recordista continental dos 100 m peito, está em
Maldonado, no Uruguai, onde
disputa a partir de hoje o Sul-Americano. Ele preferiu não comentar o assunto. "Acho melhor
só falar depois que conversar pessoalmente com o Coaracy."
Seu pai, o advogado Décio
Aquiles Fischer, porém, foi mais
incisivo. Confirmou que nem ele
nem o filho receberam a proposta
de patrocínio, criada pela CBDA
em outubro de 2003.
"Até hoje não tenho uma cópia
desse acordo. Se a CBDA não quer
assinar o contrato, não podemos
fazer nada. Mas também não posso deixar que humilhem meu filho. Ele sempre falou a verdade."
Décio quer agora negociar com
a prefeitura outro contrato -o
firmado com a CBDA foi aprovado na Câmara Municipal de Joinville e não pode ser alterado.
A Confederação informou que
não pretende "prejudicar Fischer". Ao prefeito, a entidade sugere que o novo projeto seja feito
diretamente com o nadador.
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