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Festa da tocha vira dor de cabeça para Rogge
Revezamento programa subida ao Everest e é alvo de protestos pró-Tibete; presidente do COI afirma que comitê não é político
DA REPORTAGEM LOCAL
O tema do evento é "Jornada
da Harmonia", mas é a violência que chama a atenção no início do revezamento da tocha
olímpica, que começa hoje,
quando ela será acesa.
O clima é tenso a ponto de o
presidente do COI (Comitê
Olímpico Internacional), Jacques Rogge, se manifestar.
Em comunicado, ele afirmou
que a principal missão do COI é
oferecer os melhores Jogos
Olímpicos aos atletas, e não resolver os problemas mundiais.
"Os Jogos Olímpicos são uma
força a serviço do bem. São um
catalisador para a mudança,
não um remédio para todas as
enfermidades", afirmou Rogge.
O COI está sendo muito pressionado, pois o ponto alto do
revezamento da tocha, que será
acesa hoje em Olímpia (Grécia), é a subida do Everest, a
montanha mais alta do mundo,
entre o Tibete e o Nepal.
E o Tibete está sob tensão
desde o último dia 10, quando
monges budistas fizeram uma
manifestação para celebrar os
49 anos de uma tentativa fracassada de independência da
China. Houve repressão com
tropas armadas do governo.
Protestos pró-Tibete ganharam força em outras regiões do
país e no mundo. Houve, inclusive, sugestões de boicote aos
Jogos por causa da situação.
Ontem, um dos seis participantes do revezamento da tocha na Tailândia divulgou a desistência de sua participação.
Narisa Chakrabonse afirmou
que tomou a decisão para
"mandar uma forte mensagem
para a China que a comunidade
mundial não aceita suas ações".
Hoje, cerca de cem policiais
devem proteger a área da cerimônia da tocha para evitar ação
de manifestantes pró-Tibete.
O presidente do COI tenta
contornar a situação dizendo
que a violência, por qualquer
razão, é contrária ao espírito e
aos valores olímpicos.
"Os acontecimentos no Tibete são motivo de grande preocupação para o COI. Esperamos que o conflito seja resolvido pacífica e rapidamente",
afirmou Rogge. "O comitê respeita ONGs e grupos ativistas e
suas causas, mas não somos organização política ou ativista."
O dirigente belga, que participará da cerimônia em Olímpia, disse crer que a China mudará ao se abrir para o mundo,
que enviará 25 mil jornalistas
para a cobertura dos Jogos, cujo início será no dia 8 de agosto.
Além das implicações políticas, a previsão do tempo também causa preocupação à organização da cerimônia da tocha.
Com a expectativa de um dia
nublado, o início do evento foi
adiantado em uma hora. O ritual prevê que a chama seja
acesa por raios solares amplificados por um espelho côncavo.
Como, desde 1996, só a tocha
de Atenas-2004, incluindo Jogos de inverno e verão, foi acesa
como manda a tradição, uma
chama obtida pelo método dias
atrás está reservada para ser
usada em caso de mau tempo.
Participante em 2004, o Brasil ficou de fora do revezamento. Buenos Aires será a única cidade da América do Sul.
Com agências internacionais
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